‘Soma da ajuda de todo mundo que estava ali’, diz médico que socorreu idoso que
sofreu três paradas cardíacas na rua em Curitiba
Vários desconhecidos se reuniram para ajudar a socorrer Eliovaldo Pinheiro, que
sobreviveu. Imagens de câmeras de segurança registraram a cena.
Idoso sofre paradas cardíacas, desmaia na rua e desconhecidos o socorrem em
Curitiba
O médico Eduardo Surkamp tinha acabado de encerrar o expediente em um hospital
de Curitiba quando se deparou com um grupo de pessoas ao redor de um idoso caído no meio de uma rua do Centro
da capital paranaense.
Ele parou para ajudar a socorrer o homem junto com os outros desconhecidos.
Aquela rápida ação foi fundamental para salvar a vida de Eliovaldo Pinheiro, de
60 anos, que sofreu três paradas cardíacas.
“Não foi só eu, foi uma soma da ajuda de todo mundo que estava ali naquele
momento com um objetivo em comum”, afirma o médico.
A situação foi no fim de dezembro e foi registrada por câmeras de segurança.
Assista ao vídeo acima.
Eliovaldo caminhava pela rua André de Barros e, ao tentar atravessá-la, começou
a passar mal e caiu na faixa de pedestres. Em seguida, três pessoas, que também
passavam pela rua, correm até o homem, retiram ele do asfalto e o levam até a
calçada.
Alguns minutos depois, outro homem corre até o aglomerado de pessoas para
prestar socorro ao idoso. Primeiro ele checa os sinais vitais da vítima e depois
inicia uma massagem cardíaca.
Mais indivíduos percebem a situação e se aproximam para ajudar. Dois deles são
guardas municipais, que entram em contato com o Serviço Integrado de Atendimento
ao Trauma em Emergência (SIATE) para pedir atendimento.
Neste momento, um homem estaciona o carro na esquina. Era Eduardo, que saiu do
veículo para prestar auxílio até a chegada da ambulância.
IDOSO ESTÁ BEM E SE RECUPERANDO
Eliovaldo chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e
entubado. O quadro de saúde dele apresentou melhora e ele foi extubado e está em
um quarto comum.
Ele ainda deve fazer alguns exames cardiológicos, segundo a filha Ana Paula
Pinheiro Ireno, mas logo deverá receber alta hospitalar.
A expectativa é reencontrar as pessoas que o ajudaram que assim que estiver bem.
“Sem eles, a gente sabe que ele não ia sobreviver. Ou ia ficar num estado
vegetativo. A gente quer encontrar essas pessoas. Porque no mundo que a gente
vive que cada um cuida de si, caótico, final de ano, todo mundo correndo,
fazendo suas coisas, parar e ver um ser humano assim e prestar os melhores
atendimentos. Eles não saíram de cima do meu pai. Eu não sei nem o que falar. É
uma gratidão… ´Obrigada por terem parado e obrigada por terem salvado, mesmo”, diz a filha emocionada.
FAMÍLIA NÃO SABIA O QUE TINHA ACONTECIDO
Outra filha de Eliovaldo é Taynara Pinheiro Lopes. Ela disse à RPC que ele mora
sozinho e que a família não sabia o que havia acontecido quando foi avisada do
internamento do idoso.
Três dias depois, Taynara conta que perceberam que Eliovaldo estava com o cabelo
cortado e decidiram ir até a barbearia que ele costuma frequentar, no Centro de
Curitiba.
A família não conseguiu contato com o barbeiro, mas conversou com comerciantes
da região para pedir informações.
“Foi quando nós descobrimos o local, conversamos com as pessoas e conseguimos as
gravações para entender o que realmente havia acontecido. Porque até então nós
não tínhamos essas informações”, afirma.