Menino com TEA liga para diretora após mãe ser morta pelo ex: ‘Ele confiava em mim como amiga’

Diretora que recebeu pedido de ajuda de autista que viu mãe ser morta diz que menino confiava nela: ‘me chamava de amiga’

A mãe dele, de 28 anos, foi morta pelo ex-companheiro Marcelo Alves Feitoza, em São Jerônimo da Serra, na segunda-feira (6).

Criança pede socorro por telefone após mãe ser morta, no norte do estado

A diretora Edina Gobbo, que recebeu pedido de ajuda do menino de nove anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ao ver mãe ser morta em São Jerônimo da Serra, no norte do Paraná, disse que o menino confiava nela. Além disso, ela conta era chamada de amiga pelo garoto.

A mãe dele, Anna Luiza Bezerra, de 28 anos, foi morta pelo ex-companheiro Marcelo Alves Feitoza, que foi preso horas depois do crime. O menino testemunhou a cena e pegou o celular da mãe para pedir ajuda para a diretora.

Edina conta que acompanhou o desenvolvimento escolar do garoto em 2024, que além do TEA, também tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e baixa visão. Em qualquer sinal de problema na escola, a orientação da própria mãe era de que ele procurasse pela diretora.

Foi a recomendação que o menino seguiu ao pegar o celular da mãe e ligar para Edina. Ela se preparava para sair de casa quando o telefone tocou. “Eu vi o nome da Anna no meu celular e atendi achando que era ela. Foi quando eu ouvi a voz dele e ele disse que a mãe estava morta e contou tudo que aconteceu. Eu levei um susto, pois uma criança de nove anos me ligar dessa maneira e contar tudo”, contou a diretora.

Edina conta que tentou acalmar o menino que chorava muito e, ao mesmo tempo, acionou a Polícia Militar e a secretaria de saúde da cidade. A diretora diz que se assustou com a brutalidade do caso. “É uma família conhecida daqui. É chocante ver o que um homem fez um com uma mãe de uma criança especial. É de doer a alma”, afirmou.

A diretora disse que está pronta para ajudar e vai seguir acompanhando o menino, não só em questões relacionadas à escola, mas também como amiga.

De acordo com o delegado Flávio Junqueira, há pouco mais de um mês, Anna Luiza havia terminado o relacionamento de seis anos com Marcelo. A polícia acredita que isso motivou o crime. Ele foi encontrado pelos policiais enquanto estava saindo de casa em um carro, no distrito de São João do Pinhal. Segundo o delegado, ele aparentava estar fugindo.

Testemunhas ouvidas pelo delegado relataram que o relacionamento entre os dois era conturbado, e após o término, ele insistia em reatar o relacionamento. Marcelo também foi ouvido pelo delegado, mas não confessou o crime. Apenas disse que tinha ido até a zona rural para negociar um porco.

O filho de Anna Luiza foi ouvido com a ajuda de uma psicóloga do município, que produziu um relatório sobre o depoimento dele para a Polícia Civil. Segundo a polícia, o menino disse que o homem que matou a mãe estava encapuzado na hora do crime e que ouviu a mãe dizer o nome do homem diversas vezes enquanto era agredida.

Anna Luiza foi sepultada nesta terça-feira (7) no cemitério de Santa Cecília do Pavão, no norte do Paraná. O filho dela está aos cuidados de familiares. Veja mais notícias em DE Norte e Noroeste.

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Mulheres e homem resgatados em cooperativa de lixo degradante: MPT interdita local e cobra reparos

Três mulheres e um homem foram resgatados em situação degradante em uma cooperativa na cidade de Bom Jesus, no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), as vítimas trabalhavam na triagem de lixo em um galpão que foi interditado pelas autoridades. Eles foram encontrados em condições análogas à escravidão, revirando montes de lixo e separando materiais recicláveis de orgânicos e rejeitos.

O prefeito atual de Bom Jesus, Lico, atribuiu a responsabilidade pela situação à administração anterior. Já a prefeita anterior, Lucila Maggi, afirmou que houve um processo licitatório para a coleta de lixo e que a cooperativa em questão foi a vencedora. Diante da gravidade da situação, o MPT notificou a cooperativa para efetuar o pagamento das verbas rescisórias dos trabalhadores resgatados, que também serão encaminhados para receber o benefício do seguro-desemprego.

Além das condições precárias de trabalho, a investigação apontou outras irregularidades, como a falta de vacinação dos recicladores contra doenças como tétano e hepatite B, além da ausência de procedimentos para acidentes com objetos cortantes. Os trabalhadores relataram frequentes cortes e perfurações devido a cacos de vidro, lâminas, metais enferrujados e seringas descartáveis presentes no lixo, sem receber o devido cuidado médico.

Os resgatados, entre 24 e 51 anos, enfrentavam também a falta de água para higiene pessoal, ausência de instalações sanitárias e vestiário para troca de roupas. O ambiente de trabalho era precário, com telhas metálicas faltando na cobertura e nas paredes laterais do galpão, representando um risco de queda. Diante disso, o MPT interditou o local e cobrou medidas de reparo e adequação por parte da cooperativa responsável.

As denúncias de condições subumanas em que os trabalhadores eram submetidos chamam a atenção para a importância de fiscalização e proteção dos direitos trabalhistas. É fundamental que empresas e instituições atuem de forma ética e legal, garantindo um ambiente de trabalho seguro e digno para todos os seus colaboradores. O caso em Bom Jesus evidencia a necessidade de fiscalização constante para evitar violações como as ocorridas na cooperativa de reciclagem na cidade.

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