Preços de imóveis no Recife sobem 6,64% em 2024; Santo Amaro e Campo Grande entre bairros mais caros

Preços dos imóveis sobem 6,64% no Recife em 2024; Santo Amaro e Campo Grande estão entre os bairros com m² mais caro da capital em dezembro

Índice utiliza amostragem de anúncios de imóveis veiculados mensalmente em portais do segmento imobiliário.

A valorização dos imóveis residenciais no Recife atingiu 6,64% ao longo de 2024, conforme dados do Índice FipeZAP divulgados recentemente. Com um preço médio de R$ 8.089/m², a cidade está classificada entre as 10 capitais mais caras do país para adquirir um imóvel. Esse aumento superou a inflação ao consumidor no mesmo período, colocando o Recife em um grupo de cidades que obtiveram um crescimento real no mercado imobiliário no último ano.

O levantamento também destacou a valorização de residências em bairros como Santo Amaro, localizado na área central do Recife, e Campo Grande, na Zona Norte. Ambos os bairros figuraram entre os 10 com o metro quadrado mais caro em dezembro do ano anterior.

A análise dos preços foi realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base em dados provenientes de anúncios de imóveis para venda e locação divulgados mensalmente nos portais Zap Imóveis, Viva Real e OLXBr.

De acordo com o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Rafael Simões, bairros como Boa Viagem, na Zona Sul, e Parnamirim, na Zona Norte, são tradicionalmente reconhecidos por sua nobreza na capital pernambucana. No entanto, a observação de um alto volume de anúncios em áreas como Santo Amaro reflete uma mudança na política de urbanização de Recife, que anteriormente impedia a construção nesse bairro.

Simões ressaltou que as diretrizes do último Plano Diretor do Recife estimularam a construção de habitações ao longo dos corredores de transporte público em regiões como Campo Grande, favorecendo o aumento da oferta imobiliária nessas áreas.

No cenário nacional, o Recife se destaca entre as 10 capitais com o metro quadrado mais caro do país para compra de imóveis, com um valor médio de R$ 8.089/m². Apesar disso, o preço médio de venda na cidade ficou abaixo da média nacional, que foi de R$ 9.366/m², calculados em 56 cidades, com base nos dados de dezembro de 2024.

Segundo o censo, uma parcela considerável da população brasileira opta por morar em imóveis alugados, evidenciando a relevância desse mercado no contexto habitacional do país. A busca por moradias em regiões centrais e bem localizadas como Santo Amaro e Campo Grande reforça a tendência de valorização desses bairros no Recife.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Chacina em Nova Descoberta: Tráfico de Drogas Motiva Crime com Sete Mortos

O controle do tráfico de drogas no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife, pode ter sido o que motivou a chacina que deixou sete homens mortos na madrugada do domingo (12). De acordo com a Polícia Civil, seis das vítimas foram assassinadas num beco, e a sétima, dentro de uma casa no Alto do Reservatório. As informações sobre o caso foram repassadas pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa realizada na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Norte do Recife.

De acordo com o delegado Ivaldo Pereira, gestor da Diretoria Integrada Especializada (Diresp), a polícia ainda não descartou nenhuma linha investigativa, mas a do tráfico de drogas é a mais provável. “A linha mais forte, até o momento, é realmente relacionada a uma disputa pelo tráfico de drogas no local. Então, a gente precisa aprofundar as investigações para saber se essa linha se confirma ou não”, disse o delegado. As vítimas foram identificadas como: Cláudio José da Silva, Cleiton José Bento, José Carlos Gomes Bezerra, Luiz Fernando da Silva Barbosa, Luiz Herculano Alves Filho, Silvano José da Silva e Valdeci Sebastião da Silva.

A corporação contou que um dos sete homens mortos levou dez tiros de pistola pelo corpo. Outros foram atingidos na cabeça e um deles, que estava dentro de casa, teve o crânio despedaçado por um tiro de espingarda. Ao chegar ao local, os policiais encontraram munições de vários tipos de calibres, além de alguns objetos que indicavam o consumo de drogas. Para a polícia, os achados reforçam a hipótese de disputa pelo tráfico.

Segundo o delegado Sérgio Ricardo, coordenador da Força-Tarefa de Homicídios, as vítimas estariam bebendo e consumindo drogas quando os criminosos chegaram em dois veículos. A polícia ainda investiga quantas pessoas participaram da ação. “Tinha uma balança lá. A perícia fez o local de crime e tinham pratos com resquícios de drogas e outros apetrechos que eram utilizados para o consumo de droga. (…) Eles costumavam ingerir bebida alcoólica, crack e o conhecido ‘pó virado’, que é uma mistura de crack e ácido bórico para aspirar pelas narinas”, disse o delegado.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, duas das sete vítimas da chacina tinham antecedentes criminais por estupro e homicídio. Três pessoas foram ouvidas no domingo e novos depoimentos devem ser prestados nesta segunda. Segundo o delegado Ivaldo Pereira, nem todas as vítimas seriam alvos dos assassinos. “A informação que a gente tem, nessa linha mais forte, é que nem todos eram alvos. Inclusive, pessoas que seriam alvo teriam saído anteriormente da casa, senão, talvez o dano fosse até maior”, explicou.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp