Governo de Goiás investe R$ 19 milhões para restauração na Praça Cívica de Goiânia

Marco inicial da construção de Goiânia, a Praça Cívica passa por uma série de restaurações em seus prédios históricos. Nesta quinta-feira, 9, o governador Ronaldo Caiado vistoriou as obras realizadas pelo Governo de Goiás para recuperar parte importante do patrimônio goianiense. “Temos o maior conjunto art déco da América Latina. É muito importante recuperar e cuidar”, disse Caiado ao enfatizar que foram investidos cerca de R$ 19 milhões nas obras já concluídas e em andamento em cinco edificações. Outras intervenções estão em fase de planejamento.

Acompanhado dos secretários Yara Nunes (Cultura) e César Moura (Retomada), e de técnicos das pastas, o governador iniciou a série de vistorias pelo Palácio das Esmeraldas. As obras estão sendo realizadas com investimento de R$ 3,5 milhões. “Está ficando tudo lindo e esperamos, muito em breve, entregar essa Praça Cívica mais bela, como realmente foi criada, dando mais um motivo de orgulho ao povo goiano”, projetou.

Ao chegar no Centro Cultural Marietta Telles, a comitiva entrou no Cine Cultura. A tradicional sala de cinema recebe melhorias que totalizam R$ 1,4 milhão. Inaugurada há mais de 35 anos, a estrutura contará com alta tecnologia e mais conforto para melhorar a experiência dos visitantes. “É tudo novo: espuma, caixa de som, tela, poltronas. Outra novidade é que, quando reabrir as portas, passará a aceitar pagamento via PIX. E o preço do ingresso continuará acessível”, explicou Yara. A obra está em fase de conclusão e as sessões de cinema devem ser retomadas até fevereiro.

Compromisso

Já a restauração do Museu Zoroastro Artiaga conta com investimento de R$ 6,6 milhões. O objetivo é recuperar as características originais do prédio, valorizar o conjunto arquitetônico e implementar melhorias de acessibilidade e segurança estrutural. “Antes do final do meu governo, vou entregar essa obra para a população. É um compromisso”, garantiu Caiado. O acervo tem peças arqueológicas, mineralógicas, de etnologia indígena, arte sacra e arte popular que narram a trajetória do estado e da capital.

A comitiva também esteve na antiga Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que atualmente abriga a Secretaria da Retomada e futuramente vai abrigar também parte da estrutura da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). “Temos de lembrar que esse prédio estava caindo, afundando, e foi feita toda a estruturação. Depois, o restauro”, explicou César. A obra é realizada em etapas e atualmente aguarda anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para conclusão. A estimativa é que a intervenção no local receba investimento de cerca de R$ 4 milhões por parte da Retomada.

Outros prédios que receberam melhorias foram o Centro Cultural Marietta Teles e a Secretaria de Desenvolvimento Social. Concluídos em junho de 2024, os reparos nas respectivas fachadas tiveram aporte de R$ 3,5 milhões. “Cobro sempre dos secretários o empenho para avançar na superação da burocracia, para que as coisas aconteçam nesse conjunto arquitetônico”, finalizou Caiado.

Para o segundo semestre de 2025, estão previstas novas intervenções no interior do Centro Cultural Marietta Teles e uma segunda etapa de obras no prédio da antiga PGE para receber parte da estrutura da Secult. Nestes casos, os projetos estão em fase de elaboração e por isso o custo total das intervenções ainda não foi definido.

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Fazendeiro morto em Goiás: Filha e genro presos por assassinato para herdar R$3 milhões

Fazendeiro morto a mando da filha por conta de herança foi abordado por matador de aluguel e comparsas em bicicletas, aponta relatório policial

Trio armou uma emboscada para a vítima. Executor e mandantes do crime estão presos.

Polícia Civil prende suspeito de matar fazendeiro em Campinorte, Goiás — Foto: Polícia Civil/Divulgação

O fazendeiro Nelson Alves de Andrade, morto a mando da filha e do genro por conta de herança de R$ 3 milhões, foi abordado pelo matador de aluguel e seus dois comparsas em uma estrada rural em Campinorte, na região norte de Goiás, de acordo com o relatório policial ao qual o DE teve acesso. Os três estavam em duas bicicletas quando armaram uma emboscada e atiraram na vítima, informou a polícia.

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O DE teve acesso ao documento que relata que o trio foi visto nas bicicletas pedalando até o local que o assassinato ocorreu. O delegado Peterson Amin informou que eles sabiam que a vítima estaria fora de casa, por isso, o esperaram retornar e o mataram no meio do trajeto de volta.

De acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro Nelson Alves foi morto enquanto pilotava uma moto. Ele foi atingido com dois tiros.

O crime aconteceu em abril do ano passado. A filha e o genro da vítima foram presos por homicídio duplamente qualificado no dia 20 de dezembro de 2024 após o matador denunciá-los de forma anônima para polícia por não ter recebido os R$ 20 mil que teriam sido combinados pelo crime.

Os dois homens contratados pelo suspeito de assassinato não foram presos porque a Justiça entendeu que não havia provas suficientes contra eles, segundo o delegado. Já o executor do crime, Luiz Henrique da Silva de Lima Mendonça, de 22 anos, foi preso em Novo Gama, no Entorno do DF, escondido na casa de parentes.

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O DE não conseguiu contatar a defesa de Luiz Henrique e não conseguiu localizar a defesa dos outros dois homens até a última atualização desta matéria.

Ao DE, a defesa da filha da vítima disse que ela é inocente e que isso será provado ao longo do processo. A reportagem não localizou a defesa do marido dela para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

CONFLITO ENTRE VÍTIMA E CASAL

Segundo a PC, o fazendeiro tinha brigado com o casal antes do crime. “[Há] o relato de que estes teriam brigado, tendo Nelson ordenado que seu genro e filha desocupassem o imóvel onde residiam, pois se tratava de propriedade de Nelson”, explicou a polícia ao indiciar o casal.

A informação sobre o conflito foi dada à polícia por testemunhas que prestaram depoimento durante a investigação. O delegado Peterson Amin explicou que Nelson teria pedido ao casal que desocupasse o imóvel por não concordar com o comportamento deles, que estariam aglomerando pessoas na casa, em uma espécie de ponto de droga.

CRIME E INVESTIGAÇÃO

De acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro Nelson Alves foi atingido com dois tiros enquanto pilotava uma moto. Antes de entregar o casal, o executor chegou a ameaçar os dois e a oferecer para parcelar a dívida em três vezes: “Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”.

Na ocasião, o genro do fazendeiro concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”, completou o marido.

“Acho bom não me bloquear de novo, tá bom? Ou me paga ou vai todo mundo para a cadeia, beleza?”, escreveu o suspeito.

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