A deputada Índia Armelau está sob investigação por suspeita de rachadinha, um esquema no qual seus funcionários eram obrigados a entregar parte de seus vencimentos mensais, que variavam entre R$ 1.470 e R$ 2.940. O dinheiro repassado era em espécie e ocorria na Alerj, na academia da parlamentar ou até mesmo em sua residência. O Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio da Promotoria Eleitoral, está à frente das investigações sobre Índia Armelau, do PL, quanto a essa prática ocorrida em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A rachadinha é caracterizada quando um servidor público desvia parte dos pagamentos de seus subordinados, como foi informado pelos funcionários da deputada. Estes afirmam que era obrigatório repassar parte de seus salários mensalmente, com destaque para o valor destinado ao auxílio alimentação dos funcionários da Alerj. Além disso, foi relatado que a entrega era realizada para um assessor de confiança da parlamentar, seja no gabinete, academia ou até mesmo em sua casa.
Leandro Araújo, ex-chefe de gabinete de Armelau, testemunhou sobre a rachadinha no gabinete da deputada, descrevendo o momento em que ele mesmo entregou uma quantia em dinheiro à parlamentar. A ex-chefe de gabinete também acusou a deputada de chefiar um esquema de desvio de dinheiro público. Após sua exoneração, ele enfatizou a exigência de repasse do auxílio alimentação dos servidores para a deputada, que, segundo ele, variava entre R$ 1.470 e R$ 2.940.
Um homem que preferiu não se identificar compartilhou sua experiência de trabalho no gabinete de Armelau por meio de um vídeo onde contava o dinheiro destinado ao seu auxílio alimentação. O mesmo afirmou ser a residência da deputada Índia Armelau e detalhou a situação vivenciada no local. Outro funcionário, que atuava inicialmente como motoboy, relatou ter sido designado para atuar como piscineiro na casa da deputada, com poucas tarefas relacionadas ao mandato parlamentar.
O patrimônio declarado por Amanda Brandão Armelau à Justiça Eleitoral se multiplicou em 20 vezes em apenas dois anos, passando de R$ 37,5 mil para mais de R$ 700 mil. Além da academia, a deputada declarou posse de metade de uma casa, metade de um apartamento e cerca de R$ 52 mil em espécie. O ex-funcionário compartilhou sua frustração ao descobrir que teria que devolver parte de seu salário à deputada, com o intuito de aumentar seu patrimônio pessoal.
Em nota, Índia Armelau negou as acusações, classificando as mesmas como mentiras e difamações de ex-funcionários insatisfeitos. A deputada afirmou que seu mandato é íntegro e que as medidas legais cabíveis serão tomadas para combater as calúnias. Destacou ainda que seu patrimônio foi adquirido de maneira lícita, com grande parte proveniente de um financiamento imobiliário. Por fim, Armelau se posicionou contra os ataques que tem sofrido e reafirmou sua postura íntegra diante das acusações.