Ministra Marina Silva responde carta de estudante vencedora do Pulitzer sobre ameaça a manguezais: Juliana Zatarim, de Piracicaba (SP)

Ministra Marina Silva responde carta de estudante do interior de SP vencedora de concurso do Pulitzer sobre ameaça a manguezais

Juliana Zatarim, de Piracicaba (SP), foi a única brasileira entre premiados no concurso internacional, que solicitou envio de cartas a líderes mundiais sobre temas de preservação ambiental.

Juliana foi a única brasileira a vencer o prêmio promovido pelo DE Center — Foto: Reprodução/DE Center

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, respondeu à carta enviada pela estudante de Piracicaba (SP), Juliana Zatarim, em que a jovem demonstrava preocupação com os manguezais amazônicos e como eles são afetados pelas mudanças climáticas. O texto, originalmente escrito em espanhol e endereçado à titular da pasta, era requisito de um concurso internacional, promovido pelo DE Center.

O texto da estudante do interior de São Paulo ficou entre as os seis vencedores do prêmio “Cartas por Nossas Florestas e Oceanos”. Ela foi a única brasileira entre os premiados no concurso que solicitava a escrita de cartas direcionadas a líderes mundiais sobre temas de preservação ambiental.

Na resposta à carta de Juliana, a ministra, além de parabenizar a jovem pela iniciativa e premiação, também definiu o texto como um alerta sobre os riscos do presente que comprometem o futuro. Leia um trecho da mensagem de Marina Silva à estudante, abaixo:

> “Acima de tudo, desejo que sua carta seja lida não apenas por mim, como ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, mas por todas as autoridades brasileiras e internacionais, empresários e todas as pessoas que se preocupam com nosso bem maior: a vida. Sua carta é uma lembrança necessária dos riscos que enfrentamos no presente e que comprometem o nosso futuro. A conservação dos manguezais é de suma importância para o país, razão pela qual elegemos esse tema como prioritário”, afirma a ministra.

Ao DE, a estudante disse que ficou muito feliz com a resposta da titular da pasta.

> “Fiquei muito feliz com a resposta da ministra Marina Silva. Ela destacou ações importantes para a preservação dos manguezais e reforçou o compromisso sobre e com a proteção ambiental. Mostrando a preocupação que eles estão tendo, reforçando essa ideia, como o Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais do Brasil, que a ministra citou”, declarou.

Juliana teve como concorrentes do concurso outros 700 alunos em toda a América Latina. Ela foi supervisionada pela professora de língua espanhola do colégio, responsável pela orientação no concurso, Sandra Del Valle.

A jovem escolheu direcionar sua carta para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, retratando a situação preocupante das mudanças climáticas, com foco especial nos manguezais amazônicos, propondo e solicitando medidas para amenizar o quadro.

Ao DE, a professora de espanhol explica que soube da existência do concurso por meio de um ex-aluno do colégio onde leciona, formado em Jornalismo.

> “No mês de junho, me inscrevi para ser orientadora do concurso, selecionaram 20 pessoas de toda América Latina. Fui escolhida entre mais de 200 candidatos. Participei do treinamento no mês de julho. Em agosto, ministrei a oficina para orientar os jovens interessados em participar do Concurso. Enviamos um total de 36 cartas. Recebi a colaboração das professoras de Redação do colégio, Tamara e Debora. Participava toda a América Latina. A carta da nossa aluna concorreu com mais de 700 cartas enviadas”, detalhou a professora de Juliana.

O DE, responsável pelo prêmio, é uma organização de mídia noticiosa situada na capital dos Estados Unidos, Washington DC. A ideia do concurso das cartas é incentivar a escrita persuasiva e a tomada de ações acerca da proteção ambiental.

Os participantes precisavam escrever uma carta de no máximo 500 palavras, baseada em alguma reportagem publicada no site do DE nas categorias Florestas, Oceanos, Clima e Trabalho.

O prêmio é de 250 dólares americanos, equivalentes a cerca de R$ 1.500, voltados para a implementação de ações ambientais nas comunidades onde vivem os alunos.

> “Estou lisonjeada principalmente por poder ajudar o nosso país com a doação. Espero que meu ato consiga conscientizar as pessoas, principalmente as pessoas da minha idade”, conta Juliana.

Juliana selecionou uma matéria na categoria oceanos para basear seu trabalho. Com título de “Mais extensos do mundo, mangues amazônicos são ameaçados pelas mudanças climáticas”, o conteúdo fala sobre o ecossistema que se estende por quase 8 mil quilômetros na costa norte do Brasil e que está ameaçado pelas alterações nos padrões de temperatura e clima da Terra.

> “Tudo está completamente interligado, porque vivemos em um único planeta e dependemos dos recursos naturais para a nossa sobrevivência. O aumento do nível do mar e das temperaturas está a destruir os mangues, afetando o seu papel como habitat dos animais e a sua capacidade de capturar e armazenar dióxido de carbono”, explica a estudante.

Ao longo da carta escrita por ela, Juliana descreve a urgência e necessidade de que haja conscientização social e de políticas climáticas severas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Diante da sua preocupação, a estudante também estabelece as metas do que pretende fazer com o prêmio recebido.

> “É isso o que proponho na minha carta, no intuito de priorizarmos a proteção ambiental. Estou muito feliz com a premiação e minha intenção é doar o prêmio para um projeto de reflorestamento.”

O pai de Juliana, Marcelo Zatarim, é produtor rural em Piracicaba, sabe da importância dos projetos de proteção ambiental e apoia totalmente as escolhas e decisões da filha. A notícia de que ela havia sido a brasileira ganhadora do prêmio foi um presente para ele e o resto da família.

> “Não cabe o orgulho de ter uma filha que está fazendo por merecer. Tá estudando, tá buscando. Veio a notícia que foi um presente de natal pra nós. A gente não sabia o que pensar de tanto orgulho”, relembra.

Ele conta que a filha o informou de que o trabalho que ela desenvolveu e a fez ganhar o prêmio foi pensando no trabalho do pai, que ela cresceu observando.

Quanto à destinação do prêmio, Marcelo está ajudando Juliana. Por meio de seu conhecimento e associação no meio rural, eles estão negociando a compra de diferentes tipos de mudas para plantio e reflorestamento com uma empresa local. As mudas são de espécies de árvores que variam desde o pau-brasil até ipê, todas nativas.

> “A gente [família] fica contente que a Ju está tentando fazer com que o mundo fique melhor, tentando mandar uma mensagem para que todo mundo preserve e faça da melhor forma possível”, concluiu.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Polícia Civil solicita imagens da SP-310 para investigar morte em Ibaté: caso Gabriel Marquezin em destaque

A Polícia Civil vai solicitar imagens da Rodovia Washington Luís (SP-310) para investigar a morte de Gabriel Marquezin, de 25 anos, em Ibaté. O corpo do jovem foi encontrado na quinta-feira (9) em uma galeria do canteiro central, no km 247, sentido capital, ao lado de uma bicicleta vermelha. O delegado Ramon Alves Silva informou que, por enquanto, o boletim de ocorrência foi registrado como morte suspeita e aguardará as imagens de monitoramento da rodovia e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar a causa da morte.

Gabriel Marquezin, que trabalhava como pedreiro e fazia serviços de pintura, estava desaparecido desde a noite de terça-feira (7), e a família comunicou o desaparecimento à polícia na quarta-feira (8). As investigações vão começar a partir da próxima semana, com o ouvir de familiares e pessoas que estiveram em contato com ele por último. O delegado enfatizou que é importante respeitar o luto da família antes de iniciar as oitivas, mostrando sensibilidade diante da situação.

O corpo de Marquezin será velado a partir das 13h30 desta sexta-feira e o sepultamento está marcado para as 16h30 no Cemitério Municipal de Ibaté. O caso será investigado pela Polícia Civil local, que busca esclarecer os detalhes e circunstâncias que levaram à morte do jovem. O trabalho de investigação e análise das imagens de monitoramento da SP-310 será fundamental para determinar os próximos passos e esclarecer o ocorrido.

Ao longo da semana, outros casos de violência e fatalidade têm chamado a atenção na região, como a morte de um idoso agredido em um assalto em São Carlos e a descoberta de uma quantia milionária na casa de um empresário no mesmo dia do assalto a banco na mesma cidade. Além disso, a trágica morte de uma estudante da UFSCar em uma cachoeira trouxe à tona a importância de valorizarmos a vida e a segurança em ambientes naturais.

Por meio do canal do DE São Carlos e Araraquara no WhatsApp, você pode ficar atualizado com as principais notícias e acontecimentos da região. Acompanhe as atualizações e esteja por dentro dos desdobramentos dos casos em destaque, incluindo mais informações sobre o caso de Gabriel Marquezin em Ibaté e outros fatos relevantes que marcam a realidade local. A união da comunidade em torno da segurança e do bem-estar de todos é essencial para construirmos um ambiente mais tranquilo e seguro para todos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp