Após o sucesso do documentário ‘Ainda estou aqui’, que retrata os horrores da ditadura militar no Brasil, um protesto emocionante exigiu o tombamento do prédio do 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, onde funcionou o DOI-Codi, centro de repressão e tortura durante o regime militar. O evento ocorreu neste sábado, na Praça Lamartine Babo, e foi organizado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), pelo Grupo Tortura Nunca Mais RJ e pela ONG Rio de Paz. A manifestação também marcou os 40 anos de fundação do Tortura Nunca Mais, em abril de 1985.
Jorge Antônio Barros, jornalista e sócio da ABI, foi o mestre de cerimônia do protesto, que contou com depoimentos de ex-presos políticos, familiares de vítimas e representantes de movimentos sociais. O presidente da ABI, Octavio Costa, ressaltou a importância do prédio como um símbolo de resistência à opressão e destacou a necessidade de preservar a memória das atrocidades cometidas no local. O DOI-Codi foi palco de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados durante a ditadura, com pelo menos 49 presos políticos mortos e muitos corpos nunca encontrados.
Além de reivindicar o tombamento do quartel pelo IPHAN, os manifestantes pediram a criação de um museu de memória no local e o encerramento das atividades do 1º Batalhão. Para eles, manter o quartel ativo representa um deboche e é necessário transformar o espaço em um local de reflexão e aprendizado para as futuras gerações. O evento também destacou o papel da arte na preservação da memória, citando o filme ‘Ainda Estou Aqui’ como uma verdadeira aula de história.
O evento contou com a presença de diversas pessoas engajadas na luta pela verdade, justiça e memória do período da ditadura militar no Brasil. A união de entidades em prol dessa causa histórica ressaltou a importância de não apagar os horrores do passado e de garantir que tais atrocidades nunca se repitam. O protesto foi um marco na luta por justiça e na busca pela preservação da memória de todas as vítimas do regime autoritário.
O ato reforçou a ideia de que a arte e a cultura têm o poder de impulsionar debates políticos e manter vivas as lições do passado. A exigência pelo tombamento do quartel e pela criação de um espaço dedicado à memória das vítimas da ditadura é um passo fundamental para manter viva a história do Brasil e garantir que as gerações futuras possam aprender com os erros do passado. Ditadura nunca mais, tortura nunca mais – esse foi o grito uníssono dos manifestantes que se reuniram para exigir justiça e reparação para todos aqueles que sofreram com a repressão do regime militar.