Líder de ataque ao MST em Tremembé é preso: Justiça decreta prisão temporária de suspeito “Nero do piseiro”

A Justiça determinou a prisão temporária de um homem de 41 anos, suspeito de liderar o ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé, no interior de São Paulo. O suspeito, identificado como Antônio Martins dos Santos Filho, mais conhecido como “Nero do piseiro”, foi preso após testemunhas reconhecê-lo como o responsável pelo ataque que resultou em mortos e feridos.

Na audiência de custódia realizada no domingo (12), a Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias do suspeito. Segundo o delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra, Nero é apontado como o líder do ataque e confessou sua participação no crime. Ele foi reconhecido pelas vítimas e testemunhas, o que facilitou sua identificação e prisão.

De acordo com as informações fornecidas pelo delegado, o ataque ao assentamento do MST em Tremembé estaria relacionado a uma disputa por um lote no local. A falta de acordo sobre a comercialização do terreno teria motivado a ação violenta que resultou em mortes e feridos. O suspeito foi detido na delegacia e confessou sua participação, indicando a possível localização de outros envolvidos.

Durante o ataque, foram utilizadas armas brancas e de fogo, além de um carro. As autoridades estão periciando as evidências na tentativa de identificar os envolvidos no crime. A Polícia Militar reforçou a segurança na região do assentamento para garantir a proteção dos moradores e evitar novos episódios violentos.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar o ataque ao assentamento do MST em Tremembé. A violação dos direitos humanos das famílias residentes no local foi citada como motivo para a abertura das investigações, que contarão com a atuação de agentes, peritos e papiloscopistas.

O assentamento do MST em Tremembé, alvo do ataque, é regularizado pelo Incra há cerca de 20 anos e abriga aproximadamente 45 famílias. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar emitiu uma nota de repúdio ao crime e prestou solidariedade às vítimas, destacando a necessidade de punição aos responsáveis pela violência. O Ministério dos Direitos Humanos reforçou o compromisso com a proteção dos defensores de direitos humanos e das comunidades afetadas, prometendo ações para fortalecer a segurança desses agentes.

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