Pulga conhecida como ‘bicho de pé’: sinais, sintomas e prevenção

Você sabia que o ‘bicho de pé’ é uma pulga? Entenda

Inseto se enterra principalmente na pele de mamíferos para completar ciclo de
vida; infecção chamada de tungíase pode se tornar grave se não tratada, saiba
como evitar.

1 de 4 Fêmea do ‘bicho de pé’ entra na pele para completar ciclo — Foto: Brigham
Young University

Fêmea do ‘bicho de pé’ entra na pele para completar ciclo — Foto: Brigham Young
University

Ao andar descalço em locais de solo arenoso e seco, principalmente em regiões
rurais ou com baixa higiene, é preciso cuidado. Isso porque há risco da sua pele
entrar em contato com um minúsculo inseto conhecido popularmente como bicho de
pé’ (Tunga penetrans). O que pouca gente sabe, no entanto, é que esse animal é
uma pulga.

Porém, diferente das que podem ser encontradas em gatos e cachorros, como
Ctenocephalides felis (pulga de gato) e Ctenocephalides canis (pulga de
cachorro), de acordo com o especialista em insetos César Favacho.

> “A Tunga penetrans é muito menor do que as pulgas comuns de gatos e cachorros
> e ela tem um comportamento parasitário único: enquanto outras pulgas apenas se
> alimentam e vão embora, a Tunga penetrans se enterra na pele do hospedeiro
> para completar seu ciclo de vida”, explica.

Essa pulga pode ser encontrada na América Latina, Caribe e em partes da África e
do Sul da Ásia.

Ciclo de Vida

A larva da pulga do ‘bicho de pé’ se desenvolve no ambiente e se alimenta de
matéria orgânica no solo. Segundo Favacho, quando está adulta, salta no
hospedeiro (humanos, porcos, cães, entre outros) para se alimentar de sangue.

2 de 4 O bicho de pé também afeta cachorros e gatos — Foto: Vinicius
Domingues/iNaturalist

O bicho de pé também afeta cachorros e gatos — Foto: Vinicius
Domingues/iNaturalist

“A fêmea fecundada, após chegar ao hospedeiro, penetra na pele do mesmo,
geralmente em locais como pés e calcanhares, ao redor das unhas, etc. Mas também
podem dar em qualquer outra parte do corpo”, esclarece.

Já dentro da pele, essa pulga cresce e forma um cisto, onde deposita ovos. Esses
ovos caem no ambiente e darão origem a novas pulgas.

Tungíase

A infecção causada pelo ‘bicho de pé’ é conhecida como tungíase. Dados
divulgados pela Organização Pan-Americana da Saúde, no final de 2022, estimam
que, nas Américas, mais de 20 milhões de pessoas estejam em risco de serem
infectadas, principalmente crianças, pessoas com deficiência e idosos.

“As pessoas geralmente “pegam” o bicho de pé ao andar descalças em solos com a
presença das fêmeas adultas. Apesar dessa pulga causar apenas uma invasão
localizada (não invade todo o corpo), múltiplas lesões podem ocorrer se a pessoa
tiver contato frequente com áreas infestadas”, diz Favacho.

3 de 4 Pé de criança yanomami com feridas causadas pela tungíase (‘bicho de pé’)
— Foto: ASSOCIAÇÃO MÉDICOS DA FLORESTA

Pé de criança yanomami com feridas causadas pela tungíase (‘bicho de pé’) —
Foto: ASSOCIAÇÃO MÉDICOS DA FLORESTA

Inicialmente, a infecção aparece como uma pequena mancha marrom escura, rodeada
por um círculo fino e claro. A área infectada pode apresentar inchaço, dor,
coceira e até evoluir para infecções secundárias.

Em entrevista a EPTV, o dermatologista Moyses Lemos explicou que é necessário
tirar o parasita, de preferência em um posto de saúde, com uma agulha estéril.
Se não for retirado podem ocorrer complicações.

“Tudo o que você tem no organismo de uma porta de entrada você facilita ter um
processo de infecção maior”, ressaltou.

4 de 4 A tungíase pode causar infecções secundárias se não tratada da maneira
correta — Foto: Nina Lester Finley/iNaturalist

A tungíase pode causar infecções secundárias se não tratada da maneira correta —
Foto: Nina Lester Finley/iNaturalist

Segundo especialistas, há risco de tétano, principalmente se a pessoa infectada
tentar retirar a pulga com materiais inadequados.

A prevenção é simples: usar calçados em áreas de risco, mas também manter o
ambiente limpo, principalmente em locais arenosos.

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