Nesta terça-feira, 14, a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram a Operação Kairos, visando desarticular uma grande quadrilha envolvida na fabricação e comercialização de anabolizantes clandestinos. A operação resultou na expedição de 15 mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão em várias localidades do Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
O grupo criminoso, liderado por Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como Boss, foi identificado como um dos maiores responsáveis pela venda de anabolizantes ilegais no país. A quadrilha operava sob várias marcas, incluindo Next, Thunder Group, Venon, Pharma Bulls, Supreme, Kraft, Phenix e Blank, todas sem registro na Anvisa, comercializadas em plataformas online e redes sociais.
As investigações iniciadas em junho de 2024 revelaram uma movimentação financeira de R$ 82 milhões em apenas seis meses, com os anabolizantes enviados para 26 dos 27 estados brasileiros. As substâncias eram fabricadas clandestinamente, contendo repelentes de insetos e substâncias usadas contra sarna e piolho, como o benzoato de metila, o que representa um grave risco à saúde dos consumidores.
Influência e publicidade ilegal
A quadrilha também patrocinava grandes eventos de fisiculturismo e atletas profissionais, além de remunerar influenciadores digitais com até R$ 10 mil por mês para promover as marcas. Os agentes cumpriram todos os 15 mandados de prisão, com uma prisão em flagrante, e capturaram um procurado que estava em um cruzeiro.
No total, 23 pessoas foram denunciadas pelo Gaeco/MPRJ pelos crimes de associação criminosa, crime contra a saúde pública e crimes contra as relações de consumo. O delegado Luiz Henrique Marques mencionou que ainda seguirão investigando influenciadores, revendedores de ponta e contribuirão para os crimes com propaganda e divulgação.