De acordo com informações do Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul, está sendo analisado se há presença de arsênio nos alimentos levados por Deise Moura dos Anjos para sua sogra, Zeli dos Anjos, quando esta estava internada no hospital. A família de Zeli entregou o material à Polícia Civil após a visita de Deise, que ocorreu no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. A internação de Zeli se deu após a família consumir um bolo envenenado no feriado de Natal, o que resultou na morte de três mulheres.
Mesmo não chegando a ingerir a comida feita por Deise, Zeli dos Anjos foi internada no hospital no dia 23 de dezembro, mas teve alta na última sexta-feira (10). Deise Moura encontra-se presa temporariamente sob suspeita de ter envenenado a família. Itens como bombons, chicletes, barras de cereal, suco de uva e outros estão sendo investigados em relação à presença de arsênio. A análise feita pelo IGP ainda não tem um prazo definido para conclusão, mantendo aberta a possibilidade de contaminação em algum desses alimentos.
O arsênio, elemento químico utilizado em pesticidas, pode causar intoxicação alimentar, reações alérgicas, câncer em caso de exposição recorrente e até mesmo morte. A investigação policial apontou que Deise Moura comprou arsênio em quatro ocasiões durante um período de quatro meses, algumas delas antes das mortes ocorridas na família. A Polícia Civil suspeita fortemente que Deise possa ter praticado outros envenenamentos e não descarta a possibilidade de novas exumações de corpos ligados a ela.
Além disso, a polícia solicitou a coleta de material genético do filho e do marido de Deise para investigar possíveis envenenamentos contra eles. O veneno teria sido recebido via Correios, como indicado por um recibo em nome de Deise para a compra de arsênio. O relatório preliminar da extração de dados dos celulares apreendidos revelou buscas realizadas por Deise na internet por termos como “arsênio veneno” e “veneno que mata humano”.
O delegado responsável pelo caso afirmou que a sogra de Deise, Zeli dos Anjos, era o principal alvo dos envenenamentos. A polícia investiga também a possível relação de Deise com a morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos. Após o caso do bolo envenenado, a polícia examinou o corpo do sogro e constatou a presença de arsênio, reforçando a suspeita de intoxicação alimentar. No entanto, a investigação ainda está em andamento e a defesa de Deise aguarda a análise de todos os documentos e provas para se manifestar.