PM apontado como assassino de Gritzbach é investigado por homicídio
PM da ativa suspeito de atirar em Gritzbach foi preso durante operação desta
quinta (16/1). Ele é investigado por homicídio cometido em 2018
São Paulo – O policial militar da ativa Dênis Antônio Martins, de 40 anos, que
foi apontado como o autor dos tiros
que mataram Vinícius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em 8 de
novembro de 2024, está sendo investigado por homicídio por um caso que aconteceu em novembro de
2018.
O caso envolve a morte de um suposto assaltante de cargas durante uma abordagem
policial. Segundo o inquérito policial, Dênis e outros três policiais foram
atender uma ocorrência no Parque Industrial de Anhanguera, em Osasco, na região
DE, quando um dos suspeitos teria disparado contra o cabo que foi preso nesta
quinta-feira (16/1). Dênis teria disparado dois tiros, atingindo-o no tórax, do lado direito
e esquerdo e o matando.
O processo ainda está em andamento na Justiça. Dênis responde a um procedimento
disciplinar na Polícia Militar. Durante
a abordagem de 2018, outro suposto criminoso também foi morto por um dos
agentes.
O que se sabe sobre a prisão de Dênis
O cabo, que foi preso na manhã desta quinta-feira, não fazia parte da escolta
do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). Outros 14 mandados de prisão
foram cumpridos durante a Operação Prodotes;
Dênis foi enquadrado em prisão temporária pelo artigo 150 do Código de
Conduta Militar — crime para a prática de violência antecedente à morte de
Gritzbach. Segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme
Derrite, o suspeito de matar Gritzbach deverá ter o material genético coletado para confirmação do
envolvimento no homicídio;
“Com a prisão temporária do indivíduo apontado como atirador, vão coletar o
material genético dele para ser comparado com o material coletado no dia do
crime. Tudo nos leva a crer que será positivo e a prisão temporária será
convertida em prisão preventiva”, disse Derrite em coletiva de imprensa;
Dênis não fazia parte da escolta de Vinícius Gritzbach e teria executado o
crime com a ajuda de um comparsa, que também seria policial militar. O
segundo suspeito já foi identificado após o início das investigações.
OPERAÇÃO PRODOTES
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o policial militar da ativa, identificado como
Dênis Antônio Martins, não fazia parte da escolta da vítima;
Derrite participou, na manhã desta quinta-feira, de coletiva de imprensa
sobre a operação que prendeu os 15 PMs. “Um outro policial foi colocado na
cena do crime. Um policial que não estava sendo investigado foi colocado na
cena do crime com as imagens analisadas pela polícia. Por essa razão foi
solicitada a prisão temporária desse indivíduo, que foi preso”, disse
Derrite;
Derrite explicou que o atirador teve prisão temporária declarada em razão de
um outro crime, antecendente à morte de Gritzbach — o crime previsto no
código penal de organização de militares para a prática de violência;
O suspeito de matar Gritzbach deverá ter seu material genético coletado para
confirmação. “Com a prisão temporária do indivíduo apontado como atirador,
vão coletar o material genético dele para ser comparado com o material
coletado no dia do crime. Tudo nos leva a crer porque será positivo, e a
prisão temporária será convertida em prisão preventiva”, explicou Derrite;
Quinze investigados na operação foram presos
na manhã desta quinta-feira, incluindo o policial militar que executou
Gritzbach a mando do PCC;
Foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e
apreensão em endereços na capital e na Grande São Paulo;
Apurou-se que policiais militares prestavam escolta privada a Gritzbach,
apesar de seu histórico criminal. As investigações apontaram que tais ações
caracterizavam a integração de policiais à organização criminosa, conforme
previsto na Lei Federal nº 12.850/13;
A reportagem apurou que, além dos policiais que faziam a escolta de
Gritzbach, um PM atirador é alvo da operação;
A Operação Prodotes teve início após uma denúncia anônima recebida em março
de 2024, apontando possíveis vazamentos de informações sigilosas que favoreciam
criminosos ligados ao PCC;
A investigação inicial, conduzida pela Corregedoria, evoluiu para um
Inquérito Policial Militar instaurado em outubro de 2024. Apurou-se que
informações estratégicas vazadas por policiais militares, incluindo da ativa,
da reserva e ex-integrantes da instituição, permitiam que membros da
organização criminosa evitassem prisões e prejuízos financeiros;
Entre os principais beneficiados pelo esquema, estavam líderes e integrantes
da facção criminosa PCC, alguns já falecidos, outros procurados, como Marcos
Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, e Silvio Luiz Ferreira, apelidado
de “Cebola”;
A operação conta com a colaboração da força-tarefa instituída pela Secretaria
da Segurança Pública (SSP), que busca identificar outros envolvidos e
eventuais mandantes do crime;
“A Polícia Militar reitera seu compromisso com a ética e a legalidade,
combatendo com rigor qualquer desvio de conduta que comprometa a confiança da
sociedade”, diz nota enviada ao Metrópoles.
CASO DE GRITZBACH
Vinícius Gritzbach, de 38 anos, foi executado no dia 8 de novembro de 2024,
na frente de sua namorada e de dezenas de testemunhas na área de desembarque do
Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Região Metropolitana de
São Paulo. Foram disparados, ao todo, 29 tiros de fuzil.
Ele era jurado de morte pelo PCC
e acabava de retornar de uma viagem ao Nordeste, onde permaneceu sete dias com a
namorada e seguranças particulares, entre eles um policial militar.
Em uma delação explosiva,
Gritzbach detalhou como a facção lavava dinheiro, além de revelar as extorsões
realizadas por policiais civis. Tanto policiais civis quanto militares
investigados pela força-tarefa foram afastados de suas funções.
PMS PRESOS EM OPERAÇÃO
O tenente Giovanni de Oliveira Garcia,
apontado como o responsável por escalar policiais militares para fazer a
segurança particular de Vinícius Gritzbach
e mais quatro PMs que faziam a escolta do delator do PCC
integram a lista dos 13 presos na operação da Corregedoria da Polícia Militar.
Os soldados Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks
César Ferreira de Lima e o cabo Leandro Ortiz ficaram encarregados de receber
Gritzbach em sua volta de viagem no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia em que ele foi assassinado. O
PM identificado como o autor dos disparos que mataram Gritzbach também foi
preso.
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