Inflação: Alta de alimentos atinge mais fortemente famílias de baixa renda

Inflação: alta de alimentos foi mais forte para famílias pobres

Segundo o Ipea, a inflação avançou em dezembro de 2024 para quase todas as
faixas de renda, em comparação a novembro

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
[https://www.metropoles.com/tag/ipea] mostram que a inflação
[https://www.metropoles.com/tag/inflacao] avançou entre quase todas as faixas de
renda em dezembro de 2024, em comparação com novembro. As informações foram
divulgadas nesta quinta-feira (16/1).

As altas dos grupos Alimentação e Bebidas e Transportes exerceram maior impacto
nas famílias mais pobres. A inflação das famílias de renda muito baixa passou de
0,26% (em novembro) para 0,48% em dezembro.

Como a inflação se comportou em 2024:

* O IPCA acumulado do ano passado foi de 4,83%.
* A alimentação (7,69%) teve o maior impacto na alta do índice. No ano passado,
a alta nos preços de alimentos ocorreu devido à seca que prejudicou as
lavouras.
* A meta da inflação para 2024 era de 3% com variação de 1,5 ponto percentual,
sendo 1,5% (piso) e 4,5% (teto).
* O Brasil teve deflação apenas em agosto, quando o IPCA registrou recuo de
-0,02%.

Segundo o Ipea [https://www.ipea.gov.br/], a inflação apenas não cresceu para as
famílias com renda alta. O índice recuou de 0,66% (novembro) para 0,55%
(dezembro) na passagem de um mês para o outro.

> No acumulado de 2024, as famílias mais pobres registraram a maior alta
> inflacionária (5%) entre todas as faixas de renda, enquanto as famílias mais
> ricas tiveram a menos elevada (4,4%).

A pesquisa ainda indica que, na comparação de 2024 com 2023, a inflação acelerou
para as quatros primeiras faixas de renda (muito baixa; baixa; média-baixa;
média) e desacelerou para as faixas de renda média-alta e alta.

ALTA DOS ALIMENTOS PESOU MAIS NO BOLSO DE FAMÍLIAS POBRES

Para o Ipea, o impacto da alta dos alimentos no domicílio entre as classes mais
baixas ocorreu devido ao “o maior percentual deste gasto no orçamento dessas
famílias”. Já a pressão exercida pelos Transportes foi “mais intensa” para
aqueles com renda alta.

“No caso dos alimentos, mesmo diante das deflações ainda mais intensas dos
cereais (-0,98%), dos tubérculos (-7,2%) e dos leites e derivados (-0,63%), os
efeitos da forte alta das proteínas animais, como carnes (5,3%) e aves e ovos
(2,2%), além dos reajustes do óleo de soja (5,1%) e do café (5%), explicam, em
grande parte, o impacto desse grupo para os segmentos das classes de rendas mais
baixas em dezembro”, diz o instituto.

> As maiores pressões inflacionárias nos últimos 12 meses foram nos grupos
> Alimentos e Bebidas, Saúde e Cuidados Pessoais e Transportes.

No caso dos alimentos no domicílio, chamam atenção os fortes aumentos em itens
importantes da cesta das famílias, como arroz (8,2%), carnes (20,8%), aves e
ovos (6,5%), óleo de soja (29,2%), leite (18,8%) e café (36,9%).

Em relação à Saúde e Cuidados Pessoais, as maiores contribuições registradas em
2024 vieram dos produtos farmacêuticos (6%) e de higiene (4,2%), dos serviços de
saúde (7,6%) e dos planos de saúde (7,9%).

As maiores pressões exercidas pelo grupo Transportes ocorreram devido à alta das
tarifas de metrô (10,8%) e do transporte por aplicativo (10%), além dos
reajustes da gasolina (9,7%) e do etanol (17,6%).

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