Balsa colide com casas flutuantes no Amazonas: família desaparecida

O comandante da balsa que colidiu com duas casas flutuantes no interior do Amazonas relatou à polícia que o peso da embarcação impediu que o acidente fosse evitado. O fato ocorreu na madrugada desta sexta-feira (17) e resultou no desaparecimento de quatro pessoas da mesma família. As vítimas eram Talita Ferreira Lago, de 22 anos, e seus três filhos, com idades de 4, 2 e 1 ano. Eles estavam dormindo em uma das casas atingidas, às margens do Rio Madeira, durante uma visita a familiares.

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente. O comandante da balsa, que não teve o nome divulgado, foi ouvido pelo delegado Marcus Vieira, da 72ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Manicoré. Em depoimento, ele afirmou que a combinação do peso da embarcação e sua baixa velocidade impediu a prevenção do acidente. Conforme informado pela Polícia Civil, as alegações dele serão analisadas durante a investigação, que também ouvirá outras testemunhas.

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) enviou uma equipe de mergulhadores de Manaus para reforçar as buscas pelos desaparecidos. As buscas incluirão ações de mergulho e buscas na superfície. A Prefeitura de Manicoré mobilizou todos os órgãos competentes e colocou sua equipe de governo em estado de alerta para oferecer o suporte necessário às equipes de busca e garantir a responsabilização dos envolvidos.

A Marinha do Brasil informou que está participando das buscas com uma aeronave do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste, o Aviso Hidroceanográfico Fluvial “Rio Negro” e uma equipe de lanchas da Agência Fluvial de Humaitá. A Capitania Fluvial de Porto Velho conduz um Inquérito Administrativo para apurar as causas e circunstâncias do acidente.

Segundo os moradores da comunidade, dez pessoas estavam nos flutuantes no momento em que a balsa, que carregava soja e tinha como destino a cidade de Porto Velho, em Rondônia, atingiu as estruturas de madeira. Relataram que a forte neblina que cobria a região pode ter dificultado a navegação da balsa e ocasionado a tragédia. Após a colisão, a embarcação seguiu viagem sem prestar socorro.

A Defesa Civil de Manicoré e os próprios moradores iniciaram os trabalhos de buscas, com dificuldades devido à forte correnteza no local. A Marinha do Brasil acionou um navio e lanchas da Agência Fluvial de Humaitá para auxiliar nas buscas, em atuação coordenada com a Defesa Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Destroços dos flutuantes atingidos foram encontrados, evidenciando a gravidade do acidente e a necessidade de esforços conjuntos para localizar os desaparecidos.

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