Impeachment no Corinthians: Augusto diz que não tentará impedir reunião na Justiça
Conselho do clube se reunirá nesta segunda-feira para votar destituição do presidente
Corinthians 2 x 1 Velo Clube | Melhores momentos | 2ª rodada | Campeonato Paulista 2025
O presidente do Corinthians, Augusto Melo, diz que não irá buscar a Justiça Comum para tentar impedir a votação de seu impeachment nesta segunda-feira pelo Conselho Deliberativo do clube.
Em dezembro do ano passado, os membros do órgão se reuniram para tratar do assunto, mas Augusto Melo obteve uma liminar judicial minutos antes do início do encontro, determinando que a votação não fosse realizada.
Desta vez, porém, o presidente do Corinthians afirma que deseja que a reunião aconteça:
– Não (vai buscar a Justiça), eu dei ordem: “deixa acontecer.” Está na hora de acabar isso, para ver se esses caras sossegam. Eles esperam dois anos e se candidatam. Eles sabem que não tem mais condições de vencer uma eleição no Corinthians. Eles, esses grupos, essas pessoas que não estão mais aqui por incompetência e saem falando abobrinha. Vocês vão ver no final. Vamos ver quem deve algo. Clube tem órgãos competentes, não preciso ir para a imprensa, resolve dentro do clube. Essas pessoas que fazem mal têm que ser expulsas do Corinthians – declarou o cartola, após a vitória da equipe por 2 a 1 sobre o Velo Clube.
– Mais uma vez uma tentativa de golpe, querem o poder na mão grande, não vai acontecer.
O pedido de impeachment de Augusto Melo se baseia primordialmente nas supostas irregularidades do contrato com a VaideBet, que ainda está sob investigação da Polícia Civil.
– Falo todo tempo: Deus me colocou aqui, e só Deus me tira. Se estou aqui é porque tem um propósito. Estamos tendo coragem de reformular tudo isso aqui. Corinthians tinha uma dinastia de quase 20 anos por aqui , ninguém nunca fez o que fazemos. Busquei mais de 1,8 bi de receitas para o Corinthians, estamos fazendo contratos bons e tirando outros que não eram bons. Talvez esteja incomodando alguém.
Caso a maioria dos presentes na reunião desta segunda-feira vote favoravelmente ao impeachment, Augusto será imediatamente afastado do cargo de maneira provisória. Se isso não ocorrer, o caso é arquivado.
A destituição precisa ser referendada pelos sócios do clube em assembleia geral. Se isso ocorrer, a presidência do Corinthians será assumida temporariamente pelo primeiro vice-presidente, Osmar Stábile, até que uma nova eleição seja marcada, com a participação apenas de conselheiros.
Entretanto, se os associados não aprovarem o impeachment, Augusto Melo é reconduzido ao cargo.
O presidente alvinegro tem mandato até o fim de 2026.
Embora se baseie em argumentos jurídicos, o processo de impeachment é essencialmente político. O estatuto do Corinthians determina que são motivos para destituição:
a) ter praticado crime infamante, com trânsito em julgado da sentença condenatória;
b) ter acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians;
c) não terem sido aprovadas as contas da sua gestão;
d) ter infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária;
e) prática de ato de gestão irregular ou temerária.
Os signatários do pedido de impeachment argumentam que, devido a atuação e omissão de Augusto, “a imagem da instituição foi arremessada num lamaçal de notícias degradantes” e teria infringido também a Lei Geral do Esporte.