Família questiona conduta da polícia em morte de paciente em surto que fez enfermeira refém

Família diz que paciente em surto que fez enfermeira refém foi morto de forma
‘cruel’ e questiona conduta da polícia

Paciente estava internado há três dias em UTI para tratamento renal. ‘Forma
desproporcional, cruel e absolutamente inadmissível’, diz a carta.

Paciente em surto é morto após fazer enfermeira de refém em UTI
[https://s03.video.glbimg.com/x240/13271050.jpg]

A família de Luiz Cláudio Dias, paciente em surto de 59 anos que fez uma
enfermeira refém e que foi morto durante uma ação da Polícia Militar
[https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/01/19/paciente-e-morto-apos-ter-surto-fazer-enfermeira-refem-e-ameacar-matar-profissional-diz-policia.ghtml],
afirma que ele foi executado de forma cruel e questiona a conduta dos militares e
da equipe de saúde. O paciente estava internado há três dias em uma Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Morrinhos
[https://g1.globo.com/go/goias/cidade/morrinhos-go/], no sul do estado, onde
fazia tratamento renal. Um vídeo mostra o momento em que ele é baleado (veja
acima).

> “Luiz Cláudio, fisicamente enfraquecido, foi rendido e imobilizado. Mesmo
> nessas condições, foi pisoteado e executado à queima-roupa por dois policiais,
> de forma desproporcional, cruel e absolutamente inadmissível. A conduta
> esperada da equipe de saúde e da força policial era outra: técnica,
> responsável, humana e proporcional à situação, o que poderia ter evitado essa
> tragédia”, diz a carta (leia na íntegra ao final do texto).

O caso aconteceu no último sábado (18). Em nota, a Polícia Militar (PM) afirmou
que protocolos de gerenciamento de crises foram aplicados para tentar liberar a
enfermeira, mas que, mesmo diante das tentativas, foi necessária a realização de
um disparo contra o paciente para resguardar a vida da refém. Afirmou ainda que
um procedimento administrativo foi instaurado para apurar os fatos (leia na
íntegra ao final do texto).

Em nota divulgada após o fato, a Prefeitura de Morrinhos afirmou que lamenta
profundamente o ocorrido e que está à disposição para esclarecer os fatos.

DE solicitou um novo posicionamento à
prefeitura sobre os questionamentos da carta e aguarda resposta.

O prefeito de Morrinhos, Maycllyn Carreiro (PL), afirmou que Luiz Claudio não tinha histórico de surtos
psicóticos e que fazia um tratamento renal há três dias. O prefeito disse ainda
que casos de surtos durante a internação em uma UTI não são incomuns.

> “Não é incomum pacientes terem delírios e, às vezes, surtos, durante os
> tratamentos na UTI. Só que, esse fato, foi totalmente atípico. Ele [Luiz] se
> levantou do leito onde estava internado, arrancando os equipamentos e falando
> de forma totalmente desconexa, correu para o banheiro, quebrou o vidro, pegou
> a enfermeira, que estava saindo do banheiro feminino, a engravatou e colocou o
> vidro no pescoço dela”, contou o prefeito.

Segundo a PM, Luiz Claudio estava em um surto psicótico quando fez a enfermeira
de refém e a ameaçou com um pedaço de vidro quebrado. O vídeo mostra o momento
em que, ameaçada com um pedaço de vidro, a profissional da saúde consegue
afastar o braço do paciente, que foi baleado logo depois, e escapar.

De acordo com informações da PM, o tiro seria para imobilizar o paciente, que
ameaçava a enfermeira, mas ele se moveu durante a ação e o tiro acabou
perfurando o abdômen. Após ser baleado, o paciente chegou a receber atendimento
médico, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

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