Tribunal decreta prisão de policial que matou comerciante em briga de trânsito

Pra que isso?’, perguntou antes de morrer o comerciante baleado durante briga
de trânsito na Barra da Tijuca

Marcelo dos Anjos, de 49 anos, levou três tiros, sendo dois deles pelas costas,
após reclamar que o carro do policial civil Raphael Pinto Gedeão estava
impedindo sua entrada na garagem do prédio, na Barra da Tijuca. A Justiça
decretou a prisão do autor dos disparos, que segue foragido.

Marcelo dos Anjos Abitan da Silva e Raphael Pinto Ferreira Gedeão — Foto:
Reprodução/TV Globo

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
[https://de.globo.com/rj/rio-de-janeiro/cidade/rio-de-janeiro/] decretou a
prisão temporária do policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão nesta
segunda-feira (20). Ele é apontado como o autor dos disparos que mataram o
comerciante Marcelo dos Anjos Abitan da Silva
[https://de.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/01/19/homem-e-morto-na-barra-da-tijuca.ghtml],
de 49 anos, na entrada de um prédio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

Segundo testemunhas que deram seus depoimentos na Delegacia de Homicídios da
Capital (DHC), o crime foi consequência de uma briga “banal” de trânsito. De
acordo com as pessoas que viram a cena, Marcelo levou três tiros, sendo dois
deles pelas costas.
[https://de.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/01/20/policial-civil-que-matou-assessor-em-briga-de-transito-na-barra.ghtml]

> Ao ser baleado, o comerciante sangrando no chão teria dito: ‘Pra que isso?’

O porteiro do condomínio vizinho, disse ainda que, depois de levar o primeiro
tiro, Marcelo levantou os braços e disse: “Não, não, tá bom, tá bom”.

Empresário é morto por policial civil na Zona Oeste do Rio
[https://s04.video.glbimg.com/x240/13272627.jpg]

Empresário é morto por policial civil na Zona Oeste do Rio

Na decisão que pedia a prisão de Raphael
[https://de.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/01/20/policial-civil-que-matou-assessor-em-briga-de-transito-na-barra.ghtml],
o juiz afirmou que a agressão contra a vítima foi motivada por uma discussão
banal e com extrema desproporcionalidade, o que indicia que o assassino é
extremamente violento.

DISCUSSÃO DE TRÂNSITO

Tudo teve início na madrugada de domingo (19), quando Marcelo chegou ao Hotel
Wyndham, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. No local, Marcelo direcionou seu
carro para a garagem do prédio. Contudo, ele não conseguiu entrar porque a
entrada estava bloqueada por uma picape.

O carro que impedia a entrada de Marcelo pertencia ao policial civil Raphael. As
testemunhas contaram à polícia que a discussão foi rápida.

Todos os depoimentos dizem que Marcelo desceu do carro e foi caminhando em
direção a Raphael, mas ninguém relatou nenhuma agressão antes dos tiros.

Um dos porteiros disse que a vítima resolveu sair do carro e foi em direção a
Raphael e que o policial, então, puxou uma arma e atirou contra Marcelo.

A manobrista do estacionamento disse que Marcelo, mesmo olhando a arma de fogo
que estava na mão do homem fez gesto de sacar o que poderia ser uma arma de
fogo. Porém, a manobrista também disse que, mesmo depois de correr, Marcelo
levou mais dois tiros.

Segundo a perícia, Marcelo levou três tiros: o primeiro na região do abdômen. E,
quando ele se virou para tentar fugir, foram mais dois disparos pelas costas.

Raphael fugiu do local de carro logo depois de atirar e até arrebentou uma das
cancelas do estacionamento.

POLICIAL FORAGIDO

O policial civil acusado de matar o comerciante segue foragido da Justiça.
Raphael é investigador e trabalha na Delegacia de Repressão a Entorpecentes.

O juiz considerou que o fato do assassino ser policial civil torna a situação
ainda mais grave já que, como policial, Raphael é treinado em armas de fogo e
deveria saber administrar situações de conflito.

O advogado de Raphael disse que ele vai se apresentar à polícia, mas só depois
que a defesa tiver acesso aos autos, provavelmente na terça-feira (21). Raphael
disse ao advogado que agiu em legítima defesa.

Na tarde desta segunda-feira, o corpo de Marcelo foi enterrado no Cemitério de
Sulacap, na Zona Oeste. Entre a família e os amigos, a pergunta ainda ecoava:
Pra que isso?

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