Serpes é multado pelo TRE por divulgar pesquisa antecipada

“O partido somente está atuando como fiscal da lei eleitoral. Está ajudando, atuando como um fiscal da lei eleitoral”

O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE) estabeleceu uma multa de R$ 69.807,00 para o instituto Serpes Pesquisas de Opinião e Mercado. Essa é uma consequência pela divulgação de uma pesquisa antes do prazo determinado em lei. A decisão foi feita nesta segunda-feira (9) pelo juiz José Proto de Oliveira, relator do caso. Segundo o documento do TRE, a pesquisa foi registrada no dia 05 de junho deste ano e a data de divulgação estava prevista para o dia 11 de junho, mas foi feita com um dia de antecedência, ou seja, no dia 10.

O juiz considerou que houve “pouca gravidade do ilícito”, levando em consideração que o Instituto divulgou uma anulação parcial da pesquisa, referente às intenções de voto para senador. A retratação foi publicada no dia 11 no jornal O Popular. O valor da multa, previsto em lei, deve ser no mínimo de R$ 53.205,00. E o valor máximo estabelecido é de R$ 106.410,00. A Representação Eleitoral, ou seja, o pedido de análise do caso, foi feita pelo Diretório Regional do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Goiás. O advogado que representa o Partido, Colemar Moura, disse que o MDB não se sente lesado pela pesquisa, mas que entrou com o pedido porque identificou um “erro formal”. “O partido somente está atuando como fiscal da lei eleitoral. Está ajudando, atuando como um fiscal da lei eleitoral”, afirma.

O presidente do Serpes, Antônio Lorenzo, informou que ainda não havia tido ciência da decisão. Ele enfatizou que o instituto não recebeu nenhuma notificação oficial sobre a decisão e que o Serpes, bem como seu representante legal, irão se manifestar apenas depois disso. Em um processo de Representação Eleitoral, primeiro é necessário ingressar com o pedido na Justiça Eleitoral. A parte acusada tem a chance de apresentar sua defesa e, após esse prazo, o processo é encaminhado ao Ministério Público Eleitoral (MPE). O juiz do MPE faz um parecer sobre o pedido, que é encaminhado ao TRE. Apenas depois disso o juiz do TRE se torna relator do caso e dá a sentença final sobre a Representação. A divulgação de pesquisa eleitoral está definida na Lei nº 9.504, datada de 1997, e na Resolução do Tribunal Superior Eleitoral nº 23.549, de 2017.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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