Com suspeita de fraudes, concurso para delegado substituto é suspenso

O concurso para delegado substituto está suspenso. A Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan) ainda não se pronunciou, mas a informação partiu do delegado-geral da Polícia Civil, Álvaro Cássio dos Santos, em entrevista coletiva concedida no auditório da Secretaria de Segurança Pública e Administração Prisional.

Mais cedo, a Segplan havia declarado que esperaria informações detalhadas da Polícia Civil sobre a operação que prendeu quatro pessoas acusadas de fraudar o certame para decidir se suspenderia ou não o concurso.

De acordo o delegado André Augusto, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Decarp), os candidatos e os agenciadores foram presos em flagrantes, no dia da aplicação da prova. Augusto também informou que os suspeitos confessaram o crime.

Conforme a investigação da Decarp, os fraudadores não precisariam marcar todas as questões no cartão-resposta para se saírem bem na avaliação.

“Os candidatos responderiam no cartão resposta algumas questões, apenas as que tinham certeza e deixavam o gabarito em branco. O agenciador afirmava que alguém, com o gabarito em mãos, preencheria o cartão resposta para os candidatos”, afirmou.

“Não sabemos ainda se houve participação de algum funcionário ou se houve invasão eletrônica do sistema”, completou o delegado.

Altos valores

A investigação da Polícia Civil apurou que a organização criminosa cobrava valores entre R$ 200 mil e R$ 395 mil para realizar a ação fraudulenta. Em um dos casos, o delegado revelou que uma das candidatas detidas foi ameaçada.

“Uma candidata informou que vendeu o próprio veículo para pagar cerca de R$ 32 mil pela primeira fase. Depois, disse à quadrilha que não possuía numerário suficiente para honrar o compromisso que fez. A quadrilha passou a ameaçar a família da candidata, obrigando que ela transferisse a residência da mãe para a quadrilha”, contou.

Para o delegado adjunto da Decarp, Rômulo Figueiredo de Matos, os altos valores da operação comprovam que os candidatos cooptados pelos agenciadores tinham certeza que seriam aprovados.

“A prova dessa certeza é que um dos candidatos nos confidenciou que o agenciador permitiu que parte do pagamento fosse realizado após sua posse. Ele faria um empréstimo consignado e pagaria o saldo devedor. O agenciador prometia aos candidatos que eles seriam aprovados no certame”, alegou.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Polícia desmantela esquema nacional de golpes bancários

Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagra a Operação Falsa Central, uma ação coordenada pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Gref), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Foram cumpridos 95 mandados judiciais em todo o país — 58 de busca e apreensão e 37 de prisão —, além do bloqueio de 438 contas bancárias ligadas ao grupo.

A operação, nesta quinta-feira (21/11), que contou com apoio das polícias civis de São Paulo, Pernambuco, Pará, Piauí e Ceará, teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada no golpe da falsa central bancária. O esquema causou prejuízos de aproximadamente R$ 200 mil a 27 vítimas identificadas apenas em Goiás.

O delegado William Bretz, chefe do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Deic), conta que a Operação terá desdobramentos.

“A partir da análise do número 0800 usado no golpe, os investigadores descobriram outras 449 linhas vinculadas ao grupo, sugerindo um esquema de alcance nacional. Embora a primeira fase da operação tenha focado nas vítimas goianas, há indícios de centenas de outras vítimas em diferentes estados, que serão o alvo das próximas etapas”, disse.

Os envolvidos responderão por crimes como fraude eletrônica, furto mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem chegar a 29 anos de prisão. As investigações continuam sob responsabilidade do Gref/Deic de Goiás.

Alerta à população:

A Polícia Civil orienta que a população desconfie de mensagens ou ligações suspeitas sobre compras não reconhecidas e que jamais realize transações ou forneça dados pessoais sem antes confirmar diretamente com seu banco.

Em casos suspeitos, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência imediatamente.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp