Monopólio das Funerárias: Operação Cortejo investiga extorsão e cartel no ramo funerário

“Monopólio da morte”: donos de funerárias ameaçam concorrentes

O Ministério Público apura a atuação de empresários que agem de forma violenta para construir monopólio no ramo funerário e controlar preços. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu nova ordem judicial de busca e apreensão expedida, no âmbito da Operação Cortejo, para localizar armas de fogo que possam ter sido utilizadas na prática dos crimes de extorsão, ocorridos em agosto de 2024. As buscas foram realizadas nessa terça-feira (21/1). A investigação apura a atuação de empresários que agem de forma violenta para construir monopólio no ramo funerário e controlar os preços no mercado.

A necessidade da nova ordem judicial surgiu em decorrência da análise de parte dos equipamentos apreendidos anteriormente, nos quais foram localizadas fotografias de armas de fogo na posse de pessoas ligadas aos investigados. A operação ocorreu na cidade de Chapecó (SC).

Em dezembro do ano passado, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou 10 pessoas, que representam seis das sete funerárias existentes em Chapecó, por extorsão. O Promotor de Justiça Alessandro Rodrigo Argenta, responsável pela denúncia, explica que a investigação teve início após um empresário do ramo funerário procurar o MP para relatar que estava sendo alvo de ameaças. O objetivo era tentar impedir ou dissuadir o empresário de abrir o novo estabelecimento na cidade.

Relembre a operação. Em 28 de novembro do ano passado, o Gaeco já havia cumprido 14 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no âmbito da Operação Cortejo, que investiga a possível prática de crime contra a ordem econômica, cometido por meio de condutas graves e violentas, incluindo extorsão e o emprego de armas de fogo, com o objetivo de bloquear a concorrência e controlar os preços do mercado funerário, através da formação de cartel e monopólio de mercado.

A Operação Cortejo foi assim denominada em referência direta ao contexto do serviço funerário, no qual o termo cortejo simboliza a cerimônia de acompanhamento fúnebre. O nome reflete a atividade desempenhada pelos investigados e a necessidade de preservar a dignidade e o respeito inerentes a esse serviço, que é essencial em momentos de extrema dor e fragilidade das famílias enlutadas.

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