Pesquisadores conseguiram identificar a presença de mais 27 espécies de pássaros no Parque Estadual do Mirador, que é a maior unidade de conservação de proteção integral do Maranhão. Com isso, subiu de 252 para 279 espécies registradas em 2024 na unidade de conservação. Entre os novos registros está a águia-cinzenta (Urubitinga coronata) e arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptes falcirostris), espécies ameaçadas de extinção em nível nacional, na categoria “em perigo”. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (22), pelo Programa COPAÍBAS.
O levantamento foi feito pelos pesquisadores Carlos Martinez Ruiz, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA-São Luís) e Leonardo Victor Soares Pinheiro (Fauna-MA), em março e outubro de 2024. O estudo contou com o apoio do Programa COPAÍBAS, que é gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e visa reduzir o desmatamento e promover a conservação de florestas e áreas de vegetação nativa.
“Essas novas informações adquiridas, somadas com o número de espécies ameaçadas registradas, serão fundamentais para nortear tomadas de decisões voltadas à conservação do parque”, afirma o pesquisador Soares. Este ano, duas novas expedições estão previstas com apoio do Programa COPAÍBAS.
O monitoramento da avifauna é uma atividade que funciona como um indicador do grau de conservação do Parque. Por meio desse conhecimento é possível melhorar o planejamento e a execução de pesquisas e de atividades de manejo ambiental da unidade, com foco na conservação da biodiversidade, explica Francisco Carvalho, gestor da Unidade de Conservação.
Criado em junho de 1980, o Parque do Mirador, localizada no município maranhense de Mirador, é a maior unidade de conservação de proteção integral do estado, com 500 mil hectares. Possui áreas com grande biodiversidade do Cerrado, com uma fauna rica em espécies endêmicas ameaçadas de extinção, como, por exemplo, a presença de sete espécies de felinos, dentre onças e gatos-do-mato.
Destacam-se também papagaios, periquitos, seriemas, veados, serpentes e tatus. O parque é importante ainda para a provisão de recursos hídricos, especialmente, os Chapadões do Alto Itapecuru. É uma relevante área de recarga hídrica, assegurando oferta de água para uma fração significante da população maranhense, inclusive para a capital São Luís.
O Programa COPAÍBAS – Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas e Áreas Protegidas nos biomas Amazônia e Cerrado – é gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) com financiamento da Iniciativa Internacional da Noruega para Clima e Florestas – NICFI, por meio do Ministério das Relações Exteriores da Noruega e apoia 26 unidades de conservação, oferecendo as ferramentas necessárias para que possam executar suas atividades, tais como aquisição de materiais e equipamentos; sinalização; relação com as comunidades do interior e entorno das UCs; fortalecimento dos conselhos; proteção dos territórios; e implementação de protocolos de manejo integrado do fogo.
O objetivo do Programa é contribuir para a redução do desmatamento por meio do apoio a estratégias que promovam a conservação de florestas e áreas de vegetação nativa da Amazônia e do Cerrado, resultando também em melhores condições de vida para populações tradicionais e povos indígenas.
