Defesa de irmã presa no caso Igor Peretto pede exumação do corpo em São Paulo

Caso Igor Peretto: defesa de irmã presa por morte quer exumar corpo

Defesa de Marcelly Peretto, acusada de participar da morte do irmão Igor, alega
que as imagens do laudo necroscópico foram editadas

São Paulo — A defesa de Marcelly Marlene Delfino Peretto, de 21 anos, acusada de
participar do homicídio do irmão e empresário, Igor Peretto
[https://www.de/sao-paulo/irmao-de-vereador-e-encontrado-morto-em-apartamento-no-litoral-de-sp],
de 27, pediu a exumação do corpo da vítima, morta em 31 de agosto do ano
passado, há quase cinco meses.

Os advogados Yaakov Kalman Weissmann, Leandro Weissmann e Ivo Lira Oshiro
afirmaram em resposta à acusação do Ministério Público (MPSP
[https://www.mpsp.mp.br/]), protocolada no dia 13 de janeiro, que o laudo
cadavérico presente nos autos está com imagens editadas.

“Cadê a realidade do ocorrido? Há que se fazer a exumação de Igor, visando a
elaboração de um laudo sério e o mais próximo possível à realidade e sem
máculas, que nulificam sua elaboração, restando, portanto, impugnado o trabalho
apresentado em sua integralidade”, diz trecho da resposta da equipe de
advogados.

A defesa afirma ainda que, após a exumação, precisará de um prazo “para
apresentação de quesitos úteis, necessários e obrigatórios para a busca da tão
almejada verdade real”.

A reportagem teve acesso às imagens do laudo e identificou que o zoom excessivo
tornou as fotografias pixeladas. Além disso, há setas e outras sinalizações
indicando os locais em que as facadas foram desferidas. O conteúdo não será
reproduzido aqui por ser sensível.

Em entrevista, o advogado Leandro Weissmann reforçou ao DE que “o que se
busca no processo é a verdade real”. Segundo ele, é obrigação da defesa pedir a
impugnação das imagens editadas no laudo pericial.

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Ainda na resposta à acusação do MP, a equipe de advogados solicitou, como prova,
a adição dos antecedentes criminais de Igor no processo, “na mesma proporção que
se juntou dos acusados”.

Conforme a qualificação de Igor Peretto nos autos, feita pela Polícia Civil
[https://www.policiacivil.sp.gov.br/], o empresário possuía passagem criminal
por lesão corporal e ameaça, além de ter sido alvo de investigação de suspeita
de lavagem de dinheiro.

Leandro explicou ainda que o Ministério Público (MPSP [https://www.mpsp.mp.br/])
deverá dar um parecer sobre os apontamentos da defesa, o que deveria ser feito
dentro de um prazo de cinco dias. Em seguida, o Foro da Praia Grande, do
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP [https://www.tjsp.jus.br/]), deverá
decidir o que será feito.

RELEMBRE O CRIME

* O empresário Igor Peretto, de 27 anos, foi assassinado no último dia 31 de
agosto no apartamento da irmã, Marcelly Marlene Delfino Peretto, em Praia
Grande, litoral de São Paulo
* Ele foi morto a facadas, desferidas por Mario Vitorino, após supostamente ter
descoberto que estava sendo traído pela esposa, Rafaela Costa, apontou o MP.
Os dois estariam se separando.
* A mulher estaria tendo um caso com Mario Vitorino, amigo e sócio de Igor.
Além disso, os dois homens eram cunhados, já que Mario e Marcelly eram
casados – também em processo de separação.
* De acordo com o depoimento de Rafaela à polícia, ela e Marcelly também seriam
amantes.
* Rafaela não estava no apartamento de Marcelly quando Igor foi assassinado.
Apesar disso, ela estaria envolvida no crime, já que teria atraído o marido
para o apartamento para ser executado, segundo a investigação.
* Para o MP, Igor foi assassinado pois atrapalhava o triângulo amoroso,
hipótese negada pela defesa dos réus.

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Entenda quem é quem no assassinato do empresário Igor Peretto, no litoral de São
Paulo

A MANHÃ DO CRIME

* De acordo com a cronologia do crime, elaborada pela Polícia Civil, Marcelly e
Rafaela chegaram de carro ao Residencial Vogue, onde Marcelly é proprietária
de um apartamento, às 4h32 do dia 31 de agosto, madrugada de sábado.
* Antes disso, elas estavam em uma festa junto de Mario e Igor.
* Por volta das 5h40, Rafaela saiu sozinha do apartamento de Marcelly e partiu
de carro. Apenas 13 segundos depois, Mario e Igor chegam juntos ao prédio.
* Às 5h44, os dois homens saem do elevador em direção ao apartamento de
Marcelly, onde Igor foi assassinado.
* Vinte minutos depois, às 6h04 do sábado, Mario e Marcelly saem sozinhos pelas
escadas do prédio e vão em direção ao subsolo, onde está estacionado o carro
de Mario.
* Os depoimentos dos réus divergem quanto aos detalhes do crime. Apesar disso,
a Polícia Civil concluiu que houve uma discussão entre o trio. Em dado
momento, Mario desferiu diversos golpes de faca em Igor, que morreu no local.
* Após o homicídio, o cunhado e a irmã de Igor partiram de carro em direção ao
apartamento de Mario. De lá, o casal seguiu para a estrada, tendo encontrado
Rafaela aproximadamente às 8h48 no Posto Olá, no km 124 da Rodovia Governador
Carvalho Pinto.
* Uma hora depois, o trio chegou em Campos do Jordão. Marcelly teria pego um
carro de aplicativo e retornado para a Praia Grande, enquanto Rafaela e Mario
foram a um motel em Pindamonhangaba, no interior, para que ele trocasse as roupas
sujas de sangue.

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Quarto onde Mario e Rafaela ficaram em Pindamonhangaba.

PRISÕES

* Rafaela e Marcelly se apresentaram à polícia e prestaram depoimento no dia 6
de setembro do ano passado. Mario foi encontrado apenas no dia 15
daquele mês, na cidade de Torrinha, interior de São Paulo.
* Os três estão presos preventivamente em penitenciárias de São Vicente, no
litoral paulista. O trio é acusado de homicídio qualificado.
* O processo corre no Foro da Praia Grande e o caso é investigado pela
Delegacia Seccional de Polícia da mesma cidade.

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