Frente fria traz chuvas e calor tem leve trégua na região de Campinas; veja previsão para próximos dias
Pancadas de chuva devem ocorrer até o fim da semana com sensação de abafamento após as chuvas. Confira a previsão para a última semana de janeiro e litoral.
1 de 5 Frente fria traz chuvas e calor tem leve trégua na região de Campinas. — Foto: Reprodução/EPTV
Incomodado com o calor dos últimos dias? Uma frente fria que passa próximo da região de Campinas (SP) pode provocar pancadas de chuva a partir desta quinta-feira (23) e pelos próximos dias, amenizando um pouco as temperaturas máximas. Veja a previsão para próximos dias abaixo.
“Temos previsão se chuvas até sábado. Até vamos ter uma queda nas temperaturas, mas nada que consiga refrescar.”, diz Angelica Prela Pantano, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC).
Segundo a pesquisadora, as chuvas com maior volume acontecem até sábado (25), quando devemos ter uma queda momentânea 2-3 graus. Mas como elas devem acontecer em forma de pancadas rápidas, o dia vai continuar quente e gerar sensação de abafamento após as chuvas.
Para o meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, Bruno Brainy, nos últimos dias, apesar de algumas pancadas e temporais pontuais, ocorreu uma ausência nos mecanismos que iniciam o desenvolvimento das nuvens e isso limitou chuvas mais expressivas.
“É como se a gente tivesse todo o combustível para ter o desenvolvimento da nuvem, mas faltava a fonte de ignição”, explica Bruno Brainy.
2 de 5 Céu encoberto em Campinas; clima, tempo, previsão, chuva, nublado, céu, interior de São Paulo — Foto: Yasmin Castro/g1
Segundo o Brainy, a última semana do mês deve ter maior presença de nebulosidade, o que deve inibir o aumento da temperatura durante o dia e chuvas durante a noite, cenário que ajuda a trazer sensação de refresco, ainda que temporário.
No fim da próxima semana e início de fevereiro está prevista a entrada de uma frente fria com ar um pouco mais ameno, evento que deve ajudar na diminuição da temperatura, além de chuvas mais volumosas.
Ele explica que essa tendência é influenciada por fatores meteorológicos, como a presença de calor, umidade e ventos em diferentes camadas da atmosfera, como o sistema Alta da Bolívia, que ocorre acima de 10 km na atmosfera e é associado à estação chuvosa, afetando principalmente o Centro-Oeste e Sudeste.
Em conjunto, no início da próxima semana, deve ocorrer o desenvolvimento de um sistema de baixa pressão no Oceano Atlântico, próximo ao estado de São Paulo, que vai ajudar a canalizar umidade e calor e aumentar as chances na formação de nuvens e chuvas significativas na região.
3 de 5 Previsão de chuva para praticamente todos os dias no litoral de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Vanguarda
Apesar de ter previsão de chuva para praticamente todos os dias até o final deste mês de fevereiro, em especial até o domingo (26), ainda devem ocorrer períodos de sol.
“Então é aquele cenário típico de verão. Alguns períodos de sol e especialmente mais do meio para o final da tarde ou à noite, pancadas de chuva com temporais para se desenvolver […] mais para a semana que vem o que a gente tem de indicativo no momento é que o tempo deve ficar um pouco mais carrancudo e mais propenso a chuvas a qualquer momento”, fala o meteorologista.
Os indicativos atuais apontam principalmente pela influência desse sistema de baixa pressão sobre o Atlântico que as condições de tempo não devem proporcionar tantos períodos de sol e devem favorecer chuvas a qualquer momento do dia.
4 de 5 El Niño e La Niña agem no planeta — Foto: JN
O fenômeno climático La Niña, que normalmente contribui para verões mais amenos, terá intensidade e duração reduzidas, resultando em temperaturas acima da média e chuvas volumosas em Campinas (SP).
Segundo Bruno Bainy, meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp, o evento deve se formar até janeiro de 2025 e se desmanchar já no próximo outono.
Ele explicou que embora esta La Niña ocorra em intensidade mais baixa e as temperaturas devam ficar cerca de meio grau acima da média para janeiro, não deve ocorrer ondas de calor como as que aconteceram no início de 2024.
Já em relação às chuvas, as expectativas são de volumes um pouco maiores que os comuns para fevereiro e março, com volumes menores que a média para abril.
5 de 5 El Niño e La Niña — Foto: Arte de Luisa Rivas
A La Niña e o El Niño são parte de um mesmo fenômeno, o El-Niño Oscilação Sul (ENOS), que ocorre no Oceano Pacífico e afeta o clima de todo o mundo. Eles se manifestam de forma oscilatória e complementar, deixando as temperaturas ora mais altas, ora ou mais baixas que a média.
Bainy falou que nos últimos anos ocorreram eventos que intensificaram ambos os estados, com um período prolongado de La Niña entre 2020 e 2023, que provocou ondas de frio e chuvas intensas na região, seguido de um El Niño também bastante acentuado marcado pelas ondas de calor.
Por outro lado, neste ano de 2024, foram identificadas condições de maior “neutralidade” com temperaturas mais próximas da média nas regiões monitoradas do Oceano Pacífico Equatorial, indicando um período de verão mais habitual.
Ainda assim, o meteorologista ressalta que, por se tratar de condições típicas do verão, é esperado chuvas dentro da média:
“Vale lembrar que chuvas dentro da média no período de verão é quase um sinônimo de que a gente vai ter episódios de chuvas intensas e volumosas. Porque é a característica das chuvas dessa época do ano, então associadas muitas vezes a temporais ou então a zona de convergência do Atlântico Sul, que aquele corredor de umidade se forma e fica dias com chuvas recorrentes, chuvas abundantes”, conclui.