Debate sobre lei orgânica amplia atrito entre Tarcísio e Polícia Civil
A ausência de quadros da categoria em grupo de debate sobre a lei é um novo episódio no histórico de desgaste entre Tarcísio e a Polícia Civil. A indicação de um coronel da reserva do Exército para coordenar as discussões sobre a Lei Orgânica da Polícia Civil pelo governo DE provocou um novo desgaste com a categoria, que acumula reclamações sobre o governador desde antes do início oficial da gestão.
O descontentamento dos policiais civis vem desde a escolha de Guilherme Derrite (PL) como secretário da Segurança Pública. Essa escolha contrariou o histórico de promotores, procuradores e advogados à frente da pasta. O fato de Derrite ter sido comandante de pelotão das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) foi visto pelos delegados como um sinal de que ele poderia privilegiar a corporação da PM em detrimento das outras polícias.
Com Derrite à frente da Secretaria da Segurança Pública (SSP) nos últimos três anos, houve um fortalecimento moral das tropas, segundo delegados. Eles alegam que discursos incitaram um aumento da truculência em abordagens, resultando em abusos dos agentes contra a população.
Os policiais civis utilizaram um projeto de reajustes salariais enviado pelo governo Tarcísio à Assembleia Legislativa como exemplo de concessão de privilégios à PM. A bancada da bala foi duramente cobrada pela categoria, que reivindicava melhores salários alegando que o texto privilegiava os PMs em relação aos civis.
O Sindicato dos Delegados de São Paulo (Sindpesp) tem cobrado novos aumentos e a reestruturação das carreiras da Polícia Civil. Outra promessa de campanha do governador que não teria sido cumprida até o momento. Além disso, a proposta de permitir que PMs exercessem atividades de investigação em ocorrências de “menor potencial ofensivo” irritou os delegados.
Um grupo de trabalho foi criado em 2024 para debater o tema, mas a decisão final de Tarcísio ainda está pendente. O deputado federal Delegado Palumbo tem sido crítico ao tratamento dado pelo governo Tarcísio à Polícia Civil. Ele considerou desnecessário o desgaste pela ausência de representantes da categoria no grupo de trabalho que discutirá a criação da lei orgânica da classe.
Para Palumbo, essa atitude apenas prejudica cada vez mais as relações entre as polícias. Ele questiona os motivos por trás disso e afirma que o governo não ganha nada com isso. O desgaste entre Tarcísio e a Polícia Civil parece longe de ser resolvido, com a categoria cada vez mais insatisfeita com as ações do governo. Siga o perfil do Metrópoles SP no Instagram para se manter atualizado sobre o que acontece em São Paulo.
