Reforma tributária: relator espera votação antes das eleições

“O presidente da Câmara vai decidir o que fazer. O setor produtivo, os trabalhadores, os empresários e todos que estão envolvidos na questão tributária, da simplificação, têm de estar cientes que temos que votar este ano”

O relator da Comissão Especial da Reforma Tributária, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), disse nesta semana que espera que o Congresso Nacional tenha, antes das eleições, ao menos uma das votações necessárias para aprovação da reforma.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) terá de passar por duas votações na Câmara dos Deputados e duas no Senado para ser promulgada, mas a proposta não pode ser votada este ano porque é proibido alterar a Constituição durante a vigência de intervenção federal, como a que ocorre atualmente no Rio de Janeiro. “Eu sugeriria, com o texto pronto, afinado, fazer uma votação [antes das eleições]. Não sendo possível, fica para depois da eleição, outubro, é perfeitamente possível, mas vamos fazer de tudo para que se vote ao menos uma sinalização para os candidatos, para o processo eleitoral nacional. O texto é o básico, é o óbvio do que tem de ser feito”, disse após participar de evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo o deputado, o texto proposto busca a simplificação do sistema, unificando tributos sobre o consumo de forma a não aumentar a carga tributária, mas também de modo que União, estados e municípios não percam arrecadação. Outro objetivo é elevar gradualmente a taxação sobre a renda e sobre o patrimônio, diminuir a burocracia do sistema e aumentar sua eficácia.

A proposta ainda necessita passar por mais duas sessões na Comissão Especial da Reforma Tributária, onde poderá receber emendas. Uma vez aprovada na comissão, ficará a cargo do presidente da Câmara dos Deputados estipular a data para as votações em plenário. “O presidente da Câmara vai decidir o que fazer. O setor produtivo, os trabalhadores, os empresários e todos que estão envolvidos na questão tributária, da simplificação, têm de estar cientes que temos que votar este ano”, disse Hauly.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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