A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupações com a decisão dos EUA de interromper o financiamento de programas de HIV em países DE baixa e média renda. Esta ação pode representar uma ameaça global para o tratamento do HIV, afetando milhões de pessoas e revertendo os avanços conquistados. A medida coloca em risco cerca de 30 milhões de pessoas que dependem dos tratamentos fornecidos por programas como o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Alívio da AIDS (PEPFAR).
O corte de financiamento pode impactar diretamente mais de 20 milhões de pessoas que recebem tratamento globalmente. Incluindo 566 mil crianças e adolescentes menores de 15 anos. A OMS alertou que a suspensão dos recursos pode expor as pessoas vivendo com HIV a riscos imediatos de doenças e morte, além de minar os esforços de prevenção da transmissão do vírus.
Donald Trump anunciou a decisão de retirar os EUA da OMS durante seu segundo mandato. Como o maior doador da agência, a contribuição financeira dos EUA é essencial para o funcionamento das operações, financiando 75% dos programas para HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Especialistas temem que essa ação prejudique significativamente a capacidade da OMS de combater doenças e responder a emergências de saúde.
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) são fundamentais no tratamento do HIV, evitando a multiplicação do vírus no organismo e fortalecendo o sistema imunológico. A interrupção no financiamento pode comprometer o acesso a esses medicamentos e, consequentemente, aumentar o risco de complicações relacionadas ao HIV. A falta de tratamento adequado pode levar a um retrocesso nas conquistas alcançadas nas últimas décadas.
Os cortes de recursos e a suspensão do financiamento podem levar o mundo de volta aos desafios enfrentados nas décadas de 1980 e 1990, quando a doença ainda era pouco compreendida. A OMS alerta para o aumento de novas infecções e mortes se a medida for prolongada, comprometendo assim os avanços alcançados com investimentos em diagnósticos inovadores, medicamentos acessíveis e programas de atendimento ao HIV.
No Brasil, o PEPFAR desempenha um papel essencial no enfrentamento ao HIV, financiando iniciativas de acesso a autotestes em diversas capitais e apoiando projetos de conscientização e prevenção, como os conduzidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além disso, o programa contribui para o fortalecimento dos sistemas de saúde ao ampliar a oferta de PrEP, melhorar o diagnóstico precoce e garantir a continuidade do tratamento para os pacientes.
A OMS fez um apelo ao governo dos Estados Unidos para permitir isenções adicionais que garantam a continuidade do tratamento e cuidados vitais para o HIV. O financiamento do PEPFAR tem sido crucial na salvação de vidas nas últimas duas décadas, e interrupções podem ter impactos devastadores na luta contra a epidemia de HIV. É essencial que os recursos sejam mantidos para garantir o progresso contínuo na prevenção e tratamento do HIV em todo o mundo.