Ex-servidor público é preso por aplicar golpes em pessoas com deficiência no Paraná, diz delegado
Investigação aponta que homem enganava vítimas para abrir contas e fazer empréstimos nos nomes delas. Ele foi indiciado por estelionato majorado e respondeu por crime semelhante em 2012. DE tenta identificar a defesa dele.
O ex-servidor público suspeito de aplicar golpes em pessoas com deficiência (PCDs) foi preso preventivamente na quarta-feira (29) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
De acordo com o delegado Gabriel Munhoz, responsável pelo caso, ele enganava colegas de trabalho da Prefeitura de Ponta Grossa, abrindo contas e fazendo empréstimos em nome das vítimas.
As investigações iniciaram em agosto de 2024 e na época três vítimas foram identificadas: uma delas tem 22 anos e é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e outra tem 42 anos e possui deficiência motora. Uma terceira vítima procurou a polícia em janeiro de 2025, após o inquérito ser finalizado e divulgado pela imprensa. Saiba mais abaixo.
O suspeito foi indiciado por estelionato, majorado por ter sido praticado contra PCDs. Segundo Munhoz, devido às características e à recorrência do crime, em caso de condenação a pena pode ser superior a doze anos de prisão.
“As vítimas foram ludibriadas por diferentes estratégias, incluindo ofertas de auxílio para desbloqueio de cartão e um falso projeto de TCC sobre acessibilidade. A investigação revelou um esquema recorrente: após obter documentos das vítimas, o suspeito abria contas bancárias e realizava empréstimos em seus nomes, transferindo imediatamente os valores para sua conta pessoal. A análise minuciosa da movimentação financeira comprovou um prejuízo aproximado de R$ 100 mil nestes dois casos”, detalha o delegado.
Ainda de acordo com Gabriel Munhoz, o homem tem 33 anos e possui um antecedente criminal, também por estelionato, datado de 2012.
De acordo com o Portal da Transparência, ele trabalhou na prefeitura municipal de Ponta Grossa até 1º de outubro de 2024. Em nota, a prefeitura informou que ele era servidor concursado e pediu demissão em meio a um processo de sindicância.
“A administração abriu sindicância assim que tomou conhecimento das denúncias. Entretanto, o servidor pediu demissão no decorrer do processo. A Fundação Municipal de Saúde informa que colaborou nas investigações”, informa o Município.
DE tenta identificar a defesa do suspeito.
Homem foi preso preventivamente em Ponta Grossa — Foto: Polícia Civil
O delegado Gabriel Munhoz explica que as investigações iniciaram em agosto de 2024, após a primeira vítima, um jovem de 22 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), registrar boletim de ocorrência.
“O rapaz trabalhava no mesmo setor que o indiciado na Prefeitura Municipal de Ponta Grossa e o golpe foi descoberto quando a mãe do jovem recebeu um cartão bancário em nome do filho, de uma instituição onde ele não possuía conta”, detalha.
Segundo o inquérito, o indiciado, utilizando veículo oficial da prefeitura durante o horário de trabalho, conduziu a vítima até o banco sob o pretexto de ajudá-la a desbloquear um cartão.
“Na ocasião, ele abriu uma conta em nome do jovem, realizou um saque de R$ 1.664,99 e contratou um empréstimo consignado de R$ 30.075,66. Para evitar que a vítima fosse alertada sobre as movimentações, o suspeito cadastrou seu próprio número de celular na conta, recebendo todas as notificações. As investigações revelaram diversas movimentações bancárias e transferências via PIX do valor do empréstimo para a conta do indiciado”, aponta Munhoz.