Pacientes com câncer participam de projeto com terapias integrativas

Trinta mulheres que fazem o tratamento convencional contra o câncer de mama começaram a participar de uma ação inovadora, que tem o propósito de avaliar a eficácia das terapias integrativas na melhoria do bem-estar das pessoas que passam por esse momento tão delicado. Elas integram um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar (Cremic) da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), em parceria com o Instituto Brasileiro de Medicina e Saúde Integrativa em Oncologia (Isionco). No projeto essas pessoas são atendidas em 16 tipos de terapias, entre as quais acupuntura, auriculoterapia, meditação, massagem, reiki, musicoterapia, Ioga, psicologia, florais e oficinas de bem-estar.

Ao todo, são ofertadas 180 vagas para interessados em participar do projeto. Dessas vagas, 90 são para mulheres com câncer de mama e 90 para homens em tratamento para o câncer de próstata. O primeiro grupo de 30 mulheres foi acolhido por profissionais do Cremic e do Instituto Isionco na última quinta-feira, 12. Na oportunidade, elas receberam informações detalhadas sobre a iniciativa.

Para melhor desenvolvimento e análise efetiva do projeto, o grupo foi dividido em dois subgrupos, cada um com 15 participantes. Em um deles será aplicada as terapias integrativas. O outro vai receber informações educativas, participar de palestras e de avaliações pelos técnicos do Cremic. Ao final da avaliação, o grupo será inserido de forma integral nas práticas integrativas complementares.

Na avaliação do diretor-geral do Cremic, Eiler Luiz Leão, o desenvolvimento do projeto representa um marco para a unidade, uma “abertura para novos horizontes”. “O estudo aprofundado da prática integrativa com as pessoas que fazem tratamento contra o câncer vai possibilitar a validação dessa terapia em qualquer interferência no tratamento alopático”, destaca. O projeto será desenvolvido em 24 semanas. Nesse período, explica o diretor-geral, será organizado o banco de dados com o resultado de cada uma das práticas nas pessoas, levando-se em consideração o estágio da doença e a faixa etária.

A diretora do Instituto Isionco, Carla Rodrigues, enfatiza que a iniciativa constitui uma pesquisa clínica de qualidade, e que é inédita no Brasil e no mundo, tendo em vista a quantidade de terapias integrativas oferecidas e o número de pacientes beneficiados. “As práticas integrativas complementares podem proporcionar a redução da dor e dos sintomas da depressão e da ansiedade, a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar dos pacientes”, assinala Carla Rodrigues. Além de serem beneficiadas com os resultados dessas práticas, as componentes do projeto vão contribuir para a multiplicação dessa informação, para a estruturação de um banco nacional de dados e para a utilização dessa estratégia em milhares de pessoas em todo o País.

A possibilidade de ter melhor sensação de bem-estar levou a professora aposentada Nadir Marques, de 58 anos, a se inscrever, e participar de forma ativa, no projeto de pesquisa. Ela soube que estava com câncer de mama em 2014. Após o impacto causado pelo diagnóstico, Nadir Marques optou por enfrentar e superar a doença. Ela fez sessões de quimioterapia e de radioterapia. Hoje, aliviada, faz apenas o controle da enfermidade com o uso de medicamentos. A professora aposentada entende que ao participar de uma iniciativa humanizadora como essa tem a possibilidade não apenas de se engrandecer e melhorar a autoestima, mas também de contribuir para que outras pessoas vençam o desafio da doença.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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