Violência Psicológica Contra a Mulher foi a Mais Recorrente no Ligue 180 em 2024

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A violência psicológica foi o tipo de violência contra a mulher mais recorrente entre as denúncias do Ligue 180 em 2024, revelam dados do Ministério das Mulheres divulgados nesta terça-feira (4). No ano passado, entre denúncias, pedidos de ajuda e esclarecimentos por telefone e pelo canal de WhatsApp, foram 750,7 mil atendimentos. Em média, foram 2.051 chamados por dia. O Ligue 180 é um serviço do Ministério da Mulher que recebe denúncias de violações contra as mulheres no Brasil. Também é possível registrar os casos de violência através do WhatsApp (61) 9610-0180. A central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.

O serviço também orienta mulheres em situação de violência, e direciona as vítimas para os serviços especializados da rede de atendimento. Também é possível se informar sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade. “A maior parte das ligações são pedindo informação: caso ela saia de casa, se ela perde a guarda dos filhos, se perde o direito à casa. Então, tem informações que são básicas e fundamentais para que a mulher possa tomar uma decisão”, disse a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Em abril de 2023, o canal foi reformulado e ampliou o leque de atendimentos, e os atendimentos pelo WhatsApp cresceram 63,4%, passando de 6.689 no ano passado (743/mês) para 14.572 em 2024 (1.214/mês). Dos 750,7 mil atendimentos no ano passado, 132.084 foram denúncias de violência contra a mulher, 15,2% a mais que em 2023. Entre as denúncias, 86.105 foram anônimas e 38.470 realizadas pela própria vítima. “Nenhuma pessoa no mundo gosta de apanhar. Se ela souber [a quem pedir ajuda], ela vai pedir ajuda. Ela vai ligar para o 180. Ela vai na delegacia, ela vai no centro de referência, ela vai dar um fim na violência”, disse a ministra.

Ao denunciar uma violência, a denunciante informa quais violações ocorreram. Uma denúncia pode conter mais de um tipo de violação. Veja as mais frequentes: Psicológica: 101.007 denúncias, Física: 78.651 denúncias, Patrimonial: 19.095, Sexual: 10.203, Violência moral: 9.180, Cárcere privado: 3.027. Assim que os atendentes recebem uma denúncia, eles encaminham as informações para a Polícia Civil e Ministério Público. O estado de São Paulo concentra a maior parte das denúncias no ano passado (31.227), seguido de Rio de Janeiro (21.528), Minas Gerais (12.815), Bahia (9.090) e Rio Grande do Sul (6.153).

Nos casos em que foi declarada a raça ou a cor da vítima, 53.431 eram mulheres pardas e 16.373 mulheres pretas. Além disso, mulheres brancas somam 48.747 denúncias, seguidas por amarelas (779) e indígenas (620). Em 12.134 denúncias, a raça ou a cor das vítimas não foi identificada. Quanto à idade, os dados apontam que as faixas etárias mais atingidas foram mulheres entre 40 e 44 anos (18.583 denúncias), de 35 a 39 anos (17.572 denúncias) e entre 30 a 34 anos (17.382 denúncias). Os dados de 2024 também revelam a predominância de suspeitos com relação íntima e/ou familiar com a vítima: Companheiros(as) atuais: 17.915 denúncias, Ex-companheiros: 17.083 denúncias.

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