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Pesquisa aponta Brasil como o segundo país que mais pratica cyberbullying entre crianças e adolescentes

Última atualização 19/07/2018 | 18:20

O cyberbullying, violência causada por meio da internet, tem crescido com destaque no Brasil, deixando claro que ações anti-bullying existentes são insuficientes para combater o problema. Segundo os dados da pesquisa, “Cyberbullying Global Advisor”, da  Ipsos, realizada entre os dias 23 de março e 6 de abril, o Brasil é o segundo país em que os pais mais relatam que os filhos já sofreram com esse problema. Ficando somente atrás da Índia, com 37%,  três em cada dez brasileiros (29%) responsáveis por crianças ou adolescentes, afirmam que o caso já aconteceu.

Para a pesquisa, foi entrevistado 20,8 mil pessoas em 28 países, incluindo o Brasil. A margem de erro para o país brasileiro é de 3,5 pontos percentuais. Mais da  metade dos pais brasileiros (53%) afirmaram que o cyberbullying foi feito por colegas de classe dos filhos, completando a lista de responsáveis pela agressão: jovem estranho (29%), adulto estranho (14%), adulto conhecido (10%), não sabe (10%) e preferem não responder (4%).

Segundo a especialista da Ipsos Public Affairs,  Priscilla Branco, o uso da internet é consideravelmente maior entre  o publico jovem, principalmente via dispositivos móveis.  “Estamos falando de uma faixa etária com um comportamento de consumo intenso da tecnologia digital, tanto no que diz respeito a acesso, quanto em frequência de uso. Isso significa que as agressões e formas de violência que antes só aconteciam presencialmente passaram a acontecer também no ambiente digital”, afirma Branco.

No Brasil, as redes sociais lideram com folga, como o principal meio em que o cyberbullying acontece, tendo 70% de representatividade. O celular também aparece na segunda posição, com 32%.

Globalmente, o resultado de 2018 foi o mesmo de 2016 (17%), mas cresceu em comparação com 2011, quando 12% dos responsáveis por crianças e adolescentes relataram a existência de ofensa pela internet. Na América Latina, quase metade dos entrevistados (47%) disseram que a intimidação pela web partiu de colegas de sala. A média global para essa questão é de 51%.

“A pesquisa revelou um dado importante que mostra que a grande maioria das agressões partem de pessoas da mesma faixa etária e do mesmo círculo de convivência da pessoa que sofreu agressão. É importante que os pais e responsáveis fiquem atentos a este resultado, pois as plataformas digitais permitem que os jovens fiquem expostos às agressões em qualquer momento ou lugar, basta ele(a) estar online”, afirma Priscilla.

As redes sociais é o ambiente que também libera globalmente  na prática do cyberbullying . Seis em cada dez (65%) disseram que a ofensa aconteceu por esse meio. O celular aparece em segundo lugar, com 45%.

O conhecimento sobre o cyberbullying cresceu globalmente e chegou a 75% em 2018. Em 2011, 66% sabiam sobre a prática e em 2016 o índice chegou a 72%. No Brasil, o índice chegou a 79% em 2018, contra 74% em 2016 e 76% em 2011.