Homem em situação de rua vive em ‘casa’ na árvore em praça no Centro de Ribeirão
Preto, SP

Moradia improvisada tem causado preocupação e incômodo aos vizinhos, que alegam
que o homem é acumulador e carrega lixo para o alto.

Homem adapta moradia no alto de árvore em Ribeirão Preto

Um homem em situação de rua transformou uma árvore na Praça Sete de Setembro, no Centro de Ribeirão Preto (SP), em sua casa, causando preocupação aos vizinhos, não pelo risco de queda, mas pelo comportamento acumulador. Ele tem carregado todo tipo de lixo para cima da árvore e ainda faz suas necessidades fisiológicas no local.

“Todo mundo fala que já tem uns seis anos que ele está aí. Eu já vi ele na árvore. Tem perigo de cair, mas ele já está acostumado. Ele só quer saber de ficar ali, a casinha dele é lá, mas ele deixou o lixo e vem um mau cheiro”, diz a aposentada Laura Aparecida Silva, moradora de um apartamento em frente à árvore.

A Praça Sete de Setembro é um dos espaços mais importantes da cidade, palco de grandes atrações culturais nos finais de semana. Contudo, a área sofre com a falta de manutenção, conforme relatam os frequentadores.

A moradia improvisada pelo homem reflete a situação de abandono do local. O taxista Manoel Martins, que trabalha há décadas no ponto de táxi embaixo da árvore, testemunha que todo tipo de material é levado para o alto, aumentando os riscos de acidentes tanto para quem passa pela calçada quanto para o próprio morador, que escala pelas raízes aéreas.

Ele sobe pela raiz, agarra pelas beiradas e vai subindo. Sobe tranquilo, já está acostumado. É a casa dele, ele mora aí. Ele é andarilho, então ganha roupas e vai trazendo e vai deixando lá em cima e vai acumulando uma sujeirada. Tinha até colchão ali em cima”, afirma Martins. O homem adquiriu o hábito de urinar no local.

Após uma forte chuva em dezembro de 2024, quando um galho caiu em cima de um carro em movimento, uma equipe da prefeitura foi enviada para fazer a poda da árvore. Vários galhos foram retirados para evitar novos acidentes, mas a sujeira permanece em cima dela.

“Está difícil. Todo mundo reclama, mas nunca ninguém consegue tirar. O dia que eles vieram cortar a árvore eu pedi para o moço, mas ele falou que não podia tirar, mas a gente não pode ficar assim”, diz a aposentada.

Apesar de não ser visto nos últimos dias devido às chuvas, os vizinhos acreditam que o homem pode retornar quando o tempo se firmar novamente. O vigia Gilberto Furlaneto, que trabalha em uma padaria próxima, lamenta que a situação prejudique os moradores e comerciantes da região devido ao mau cheiro.

Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura informou que está realizando atendimento no local, retirou parte dos entulhos e seguirá com a zeladoria no ponto, sem mencionar a situação do homem na árvore.