Material da Unesp Araraquara acelera recuperação de fraturas em até 30%

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Tempo de recuperação de fraturas pode ser reduzido em até 30% com material desenvolvido na Unesp

Látex com beta TCP teve testes com resultados positivos em células, larvas e camundongos. Pesquisadores de Araraquara buscam parcerias para testes em humanos.

Material desenvolvido na Unesp Araraquara acelera regeneração de ossos após fraturas

Material desenvolvido na Unesp Araraquara acelera regeneração de ossos após fraturas

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp de Araraquara desenvolveram em laboratório um material com látex que acelera a regeneração dos ossos depois de uma fratura.

Ainda faltam os testes em humanos, mas a expectativa é que o tempo de recuperação de um paciente seja reduzido em até 30% (veja abaixo).

FRATURAS

Em casos de fraturas quando ocorre a separação total do osso, normalmente é preciso colocar pinos e placas para estabilizar as partes. Depois do procedimento, é comum sobrar um espaço, que deve ser regenerado com o tempo.

Durante esse processo, a região pode ser inundada por células sanguíneas, formando um tecido fibroso, atrapalhando a regeneração óssea e causando dor.

Pesquisadores da DE de Araraquara desenvolvem material que reduz tempo de recuperação de fraturas — Foto: Reprodução/EPTV

“Seria um defeito crítico, que é quando o osso se afasta do outro pedaço que acabou quebrando e ele não consegue regenerar sozinho. No caso, ele não cola novamente com a outra parte. E isso pode prejudicar a atividade óssea e tudo mais”, disse o pesquisador da FCF/Unesp Paulo Eduardo Lopes Filho.

APLICAÇÃO DE LÁTEX

Para tentar acelerar essa recuperação, pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp Araquara estudam a aplicação do látex para esses casos.

Entenda como é o processo:

– O látex em sua forma líquida passa por um processo de purificação para eliminar o risco de alergia e rejeição.
– A solução é colocada em uma placa e levada para a estufa a 38º C por 48 horas até se tornar um material mais flexível.
– Os pesquisadores aplicam uma camada de beta TCP, um material à base de fosfato de cálcio, o mesmo mineral encontrado nos ossos.

Látex passa por processo de purificação em pesquisa da DE de Araraquara — Foto: Reprodução/EPTV

“Estimula as células ósseas a crescerem, então ela vai auxiliar para uma regeneração mais rápida. Então essa foi a ideia principal de escolher o beta TCP”, ressaltou o pesquisador Jean Lucas Tanaka.

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PRIMEIROS TESTES

Os primeiros testes feitos em células e larvas foram positivos e mostraram que os pesquisadores estavam no caminho certo.

“Em relação às larvas, nós avaliamos a toxicidade observando a mortalidade. Se em contato com esse material as larvas sobreviveriam ou morreriam e também tivermos resultados muito positivos”, disse Lopes Filho.

Testes clínicos foram feitos em camundongos na DE de Araraquara — Foto: Reprodução

Os testes clínicos em camundongos foram feitos com os dois materiais. Em 120 dias, a área que recebeu apenas o látex, se regenerou 14,30%. A mesma área que recebeu o látex junto com o material biocerâmico se regenerou na metade do tempo.

Nos camundongos, a membrana foi testada no crânio. O material se mostrou mais eficiente do que o enxerto ou a colocação de próteses, técnicas utilizadas atualmente para esses casos.

“Existe o potencial para acelerar enormemente a regeneração de ossos danificados. A longo prazo, isso pode ter impacto significativo na qualidade de vida e nos custos de tratamento de pacientes com fraturas”, afirmou Herculano, reforçando a importância de parcerias para a realização de testes clínicos em humanos.

VÍDEOS DA EPTV:

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