Juiz de Fora enfrentou mais de cinco meses de calor extremo em 2024, um ano que ficará marcado como o mais quente da história da Terra. Um levantamento realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) a pedido do Diário do Estado, utilizando dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelou que a região da Zona da Mata e do Campo das Vertentes passaram por pelo menos 150 dias com temperaturas extremamente altas. O maior registro de temperatura no município no ano passado foi de 38ºC.
Ao longo de 154 dias, Juiz de Fora enfrentou índices preocupantes de calor intenso, o que representa mais de 5 meses de altas temperaturas. Além disso, outras cidades da região também foram afetadas, como Goianá, que registrou a maior temperatura de 40ºC em 2024. Piau se destacou como a cidade com o maior número de dias de calor extremo, totalizando 165 dias.
Coronel Pacheco, Rio Novo, Santos Dumont, São João Nepomuceno, Chácara e Tabuleiro foram algumas das cidades que enfrentaram mais de cinco meses de extremo calor, evidenciando o impacto das mudanças climáticas na região. Já a menor temperatura registrada em 2024 foi de 32ºC em Alfredo Vasconcelos.
Os dados do Sudeste do Brasil apontam para uma tendência de aumento nas temperaturas ano após ano. Se em 2022 apenas duas localidades enfrentaram mais de 100 dias de calor intenso, em 2023 esse número passou para sete e, em 2024, quase dobrou, demonstrando a gravidade do cenário climático.
A metodologia do levantamento envolveu a análise dos dados diários da série histórica entre 2000 e 2024, calculando um valor limite de temperatura para cada dia do ano. Esse índice, utilizado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), identificou os dias em 2024 que superaram os valores mais altos registrados anteriormente, caracterizando um extremo de calor.
A pesquisa abrangeu 5.571 municípios brasileiros, porém algumas cidades não foram contempladas devido à resolução dos dados por satélite não alcançar essas regiões, como João Pessoa e Recife. De acordo com a pesquisadora do Cemaden, Márcia Guedes, a exclusão dessas cidades da análise se deu pela limitação tecnológica na coleta de dados.
O Diário do Estado acompanhou de perto essa situação preocupante, evidenciando a importância de medidas efetivas para lidar com os efeitos das mudanças climáticas na região. É fundamental que a sociedade e as autoridades estejam atentas a esses alertas e atuem de maneira proativa na busca por soluções sustentáveis e resilientes diante desse desafio global.