A Câmara Municipal DE Valinhos (SP) abriu, nesta terça-feira (4), uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso de um suposto “médico fantasma”. A suspeita, também investigada pelo Ministério Público, é que o profissional tenha recebido valores indevidos da Prefeitura para trabalhar em plantões na UPA da cidade, sem ter comparecido.
Através dos advogados de defesa, o profissional nega a acusação e diz ter provas de que cumpria suas funções. Além disso, afirma ser vítima de retaliação e informou que fará nova queixa contra o prefeito, Franklin Duarte de Lima (PL), que denunciou o caso (veja mais abaixo).
O pedido de abertura da CPI foi protocolado na Câmara, em janeiro, com assinatura de 17 vereadores. Agora que o pedido foi aceito, a Comissão tem prazo de 90 dias para concluir a investigação, mas o prazo pode ser prorrogado. A CPI será presidida pelo vereador Vagner Alves (Republicanos) e terá o vereador Rafa Marques (PL) como relator.
No documento que pedia o início das investigações, vereadores citam que o médico teria recebido mais de R$ 60 mil para realizar plantões na UPA de Valinhos em 2023, mas não teria comparecido ao trabalho por estar em viagem na Europa. Ainda de acordo com o documento, o profissional estaria vinculado ao Consórcio Intermunicipal de Saúde na Região Metropolitana DE Campinas (Cismetro), que prevê a possibilidade de plantões à distância mas não autorizaria a forma com que os serviços teriam sido realizados.
O caso, investigado pelo MP desde 2023, ganhou repercussão nas redes sociais depois que o prefeito DE Valinhos, Franklin Duarte de Lima, compartilhou vídeo em suas redes sociais demitindo o médico. Os advogados de defesa negam as acusações e afirmam que ele tem provas de que cumpriu suas funções integralmente.
Em nota, os advogados de defesa negam as acusações e afirmam que o profissional pode provar que cumpriu suas funções em Valinhos e que vai prestar queixa-crime contra o prefeito. A defesa também alega que suspeita de retaliação porque o médico teria atuado como regulador de saúde no município e teria desligado profissionais que não desempenhavam o trabalho corretamente.
Em relação a essas alegações, o prefeito afirma que tomou atitudes baseadas em documentos que evidenciam que o médico recebia altas remunerações sem a prestação do serviço e que as provas serão entregues à Câmara Municipal para análise. Afirma também que as tentativas judiciais do médico para contestar a demissão não foram aceitas na Justiça.