‘Vídeo de teia coletiva de aranhas em São Tomé das Letras viraliza e desperta curiosidade internacional’

video-de-teia-coletiva-de-aranhas-em-sao-tome-das-letras-viraliza-e-desperta-curiosidade-internacional

Uma notícia que despertou a curiosidade e até mesmo o medo entre os internautas foi a viralização de um vídeo feito em São Tomé das Letras (MG). Apesar de ter gerado repercussão internacional, a famosa ‘chuva de aranhas’ filmada no local não se tratava exatamente de um fenômeno desse tipo. Na verdade, as imagens mostravam uma gigantesca teia com dezenas de aranhas, identificadas como da espécie Parawixia bistriata, em um comportamento conhecido como “teia coletiva”. A filmagem, que ocorreu no dia 27 de dezembro por volta das 18h, alcançou grande repercussão e visualizações, com mais de 264 mil views e 11,5 mil curtidas até o momento.

O coordenador da Divisão de Artrópodes do Instituto Vital Brazil, Cláudio Maurício Vieira, explicou que a cena do vídeo mostrava uma teia coletiva construída por várias aranhas em conjunto, sendo uma estratégia para capturar alimentos ou facilitar a reprodução. A espécie Parawixia bistriata, comum na região do Cerrado brasileiro, não representa perigo para os seres humanos, pois seu veneno não é potente. Esse tipo de comportamento ocorre em períodos específicos, como o verão, em regiões com calor e umidade.

O professor Rodrigo Lopes Ferreira, que atua no Departamento de Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Lavras, explicou que as aranhas da espécie Parawixia bistriata são semi-sociais e costumam se reunir durante o período reprodutivo, normalmente entre setembro e março. Esse fenômeno de formação de uma teia coletiva pode parecer uma “chuva de aranhas” durante a noite, quando as aranhas saem para tecer as teias. Apesar das associações feitas ao fenômeno, as aranhas são inofensivas para os humanos e não representam um perigo maior em relação aos seus venenos.

O vídeo que viralizou na internet foi publicado por duas moradoras locais, Bruna Naomi Faquinelli, de 26 anos, e Bruna Reis de Carvalho, de 38 anos. O registro foi feito próximo ao Instituto Origem, onde residem, enquanto voltavam do supermercado. Para elas, o fenômeno era algo corriqueiro, mas para muitas pessoas, causou espanto e reações que variaram da curiosidade ao pavor. Comentários nas redes sociais sugeriram diferentes interpretações para a cena, incluindo associações religiosas e até mesmo teorias apocalípticas.

Apesar de gerar polêmica e reações diversas, a “chuva de aranhas” mostrou que a natureza ainda pode surpreender e encantar as pessoas. Para muitos, o fenômeno foi uma oportunidade de apreciar a beleza e o mistério que envolvem a vida selvagem. Mesmo com aracnofóbicos reagindo com medo, as aranhas envolvidas na teia coletiva não representavam um perigo real. O vídeo, que teve alcance além do esperado pelas autoras, acabou se tornando uma forma de compartilhar a magia da natureza pela internet.

As “chuvas de aranhas” são fenômenos comuns em algumas regiões do Brasil e têm despertado a atenção de pesquisadores e curiosos. No entanto, o entendimento científico por trás desses eventos é fundamental para desmistificar possíveis medos e superstição. A observação e o registro desses momentos podem fornecer informações valiosas sobre o comportamento animal e a interação das espécies em seus habitats naturais. É importante lembrar que cada ser vivo desempenha um papel importante no equilíbrio ecológico do planeta, contribuindo para a diversidade e a beleza da natureza. Portanto, ao testemunhar fenômenos como uma “chuva de aranhas”, é essencial cultivar o respeito e a admiração pela vida selvagem em todas as suas formas.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp