Prisão de motorista por acidente fatal reacende preocupação com drogas entre caminhoneiros

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Prisão de suspeito de causar acidente com 39 mortes reacende preocupação com uso de drogas entre caminhoneiros

Laudo apresentado pela Justiça apontou que o motorista tinha usado cocaína e ecstasy. No podcast Gerais no Diário do Estado, o professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Frederico Garcia, alerta para as longas jornadas, trabalho precarizado e prazos apertados que a categoria tem que lidar.

O laudo divulgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) no dia 21 de janeiro, que aponta que o motorista Arilton Bastos Alves, suspeito de causar acidente com 39 mortos em dezembro de 2024, usou ecstasy e cocaína enquanto dirigia, reacendeu um alerta: o abuso de drogas entre caminhoneiros no Brasil.

Em 2023, dados da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério do Trabalho mostraram que quase 19% dos caminhoneiros entrevistados usavam drogas para cumprir a jornada de trabalho. A mais usada era a cocaína, seguida de maconha, opióides e anfetaminas, o chamado “rebite”.

O professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Frederico Garcia, disse ao podcast Gerais no Diário do Estado que é importante entender o que faz com que estes trabalhadores abusem das drogas nas estradas. (ouça mais acima)

“A jornada de trabalho é exaustiva, precarizada. Os motoristas dormem nas próprias boleias de caminhão. Têm que lidar com a solidão, com a saudade de casa. Os prazos de entrega são apertados, as estradas estão em situação deplorável e o próprio estresse do trânsito acabam sendo motivadores para o uso desses entorpecentes”, disse o professor.

Drogas como cocaína, ecstasy e o “rebite” são estimulantes, o que impedem o usuário de pegar no sono. Mas afetam a capacidade de raciocínio, a resposta rápida e os reflexos.

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