O Cemitério do Araçá, um dos maiores de São Paulo, se tornou um inusitado ponto turístico graças à febre do filme “Ainda Estou Aqui”. Inspirados pelo sucesso da obra, que conta a história de Eunice Paiva, visitantes estão realizando passeios guiados para homenagear sua luta incansável. Eunice Paiva dedicou décadas para que o assassinato de seu marido, Rubens Paiva, fosse reconhecido como um crime de Estado.
O filme, dirigido por Walter Salles e indicado ao Oscar, confronta o Brasil com o fantasma da ditadura militar. Com mais de 3,9 milhões de espectadores nos cinemas, ele despertou um renovado interesse pela memória histórica recente do país. A inclusão do túmulo de Eunice Paiva nas visitas ao cemitério reflete a importância de lembrar figuras como ela, que desempenharam papéis cruciais na luta contra a repressão.
Legado da ditadura militar
A ditadura militar no Brasil deixou um legado sombrio, com 202 mortos e 232 desaparecidos, além de milhares de vítimas de torturas e detenções ilegais. Recentemente, a justiça determinou a correção dos atestados de óbito para explicitar que as mortes ocorreram por ação do Estado. Rubens Paiva, cujo atestado foi alterado, é uma das vítimas cuja morte agora é reconhecida como não natural e violenta, causada pelo Estado brasileiro.