Portuguesa triunfa com defesa sólida e ataque eficiente: Lusa soma pontos preciosos em duelo pelo Paulistão 2026.

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Opinião: Cauan muda, defesa enfim não falha e Lusa soma pontos valiosos

Zaga finalmente não sofre gols e ataque funciona em vitória por 2 a 0 sobre a Inter de Limeira, confronto direto contra a queda no Paulistão e pela vaga na Série D.

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As duas vitórias conquistadas pela Portuguesa nessas oito rodadas de Paulistão foram preciosas não só pelos pontos somados, mas principalmente por terem ocorrido diante de adversários diretos contra o rebaixamento: o Botafogo e a Inter de Limeira.

A segunda, nesta sexta-feira (7), no Pacaembu, teve um peso ainda maior. Afinal, além de Água Santa, Noroeste e Velo Clube, a Inter de Limeira também é uma concorrente direta por uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro de 2026. Para obtê-la, a Lusa tem de terminar o Paulistão como um dos três melhores dessa turma.

Os significados por trás desse segundo triunfo não param por aí. A torcida não deixou o Pacaembu aliviada apenas pela vitória e pela pontuação, mas por finalmente ter visto a Portuguesa conseguir terminar um jogo sem falhas da defesa e sem sofrer gols.

Sim, a Lusa havia sofrido dois gols em seis dos sete jogos disputados até então. Era clara a evolução que a equipe vinha adquirindo do meio-campo para frente. Só que, do meio-campo para trás, apesar de algumas mexidas, nada vinha surtindo efeito.

Para enfrentar a Inter de Limeira, o técnico Cauan de Almeida fez duas trocas na escalação. Uma por opção, que foi a entrada de Talles na vaga de Alex Silva na lateral direita. Outra não só por opção, que foi a saída do zagueiro Alex Nascimento para a volta de Gustavo Henrique, compondo o miolo de zaga com Eduardo Biazus.

Jogadores da Portuguesa comemoram gol contra a Inter de Limeira — Foto: Jhony Inácio/ Ag Paulistão

Alex Nascimento, além de ter sido o protagonista da maioria das falhas até aqui e vir demonstrando insegurança nas atuações, foi punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva com mais um jogo de suspensão pela expulsão contra a Ponte Preta na terceira rodada.

A Lusa foi a campo com Rafael Santos no gol; Talles na lateral direita e Lucas Hipólito na esquerda; Gustavo Henrique e Eduardo Biazus como dupla de zaga; Tauã e Hudson na volância, com Cristiano na meia; no ataque, Jajá, Renan Peixoto e Maceió.

Como vem acontecendo, a Portuguesa começou a partida tomando a iniciativa, tentando se manter no campo de ataque, buscando o gol em jogadas de velocidade e trianguladas. Já a Inter de Limeira sentia certa dificuldade em passar do meio-campo e criar.

Portuguesa x Inter de Limeira, Pacaembu, Paulistão — Foto: Portuguesa Oficial

Ao contrário da vitória contra o Botafogo, desta vez a Lusa não encontrou uma defesa desatenta, desencaixada ou dando espaços. Não foi tão simples criar chances concretas de gol. Ainda assim, a superioridade e a insistência deram ao menos duas claríssimas.

As duas, não por coincidência, com o lutador, brigador e incansável Renan Peixoto. Ambas em cabeçadas. Uma aos 31 minutos, parando em uma excelente defesa do goleiro André Luiz. E outra aos 46, em que teve mais liberdade, mas mandou para fora.

O receio geral, na ida ao intervalo, era de que a Portuguesa começasse a esbarrar no nervosismo nessa busca pelo gol. Por outro lado, a Inter de Limeira foi percebendo que, apesar do alto volume de jogo, não eram tantas assim as oportunidades de perigo.

O começo do segundo tempo mostrou uma Inter de Limeira adiantando um pouco mais as linhas, tentando se aventurar mais ao ataque, e uma Lusa que apostou mal na troca dos pontas. Maceió começou a cair mais pela direita e Jajá a atuar mais pela esquerda.

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A inversão de lados, porém, não foi boa. Até porque outro destaque negativo na Lusa, infelizmente, foi o jovem Talles. Não fez uma boa partida. Nem ofensivamente, que é o forte dele. Não agarrou a chance. Aquele lado, portanto, praticamente inexistiu.

Tanto que uma das grandes chances, aos 10 minutos, veio pela esquerda. Renan infiltrou e Jajá entrou na área finalizando, fraco. Outra, pela direita, aos 15 minutos, só aconteceu porque Cristiano foi ao fundo e cruzou, para nova cabeçada fora de Renan.

O cenário foi mudar aos 20 minutos, quando a Inter de Limeira conseguiu uma rara entrada na área lusitana e reclamou pênalti. No contra-ataque, Jajá saiu livre, na cara do gol. Por trás, seguro por Iba Ly. Pela frente, barrado por André Luiz.

O árbitro Renan Pantoja teve de recorrer ao VAR. Foram intermináveis minutos analisando as imagens. A Inter de Limeira pedindo pênalti no início da jogada, não confirmado. E a Portuguesa pedindo pênalti no contra-ataque, confirmado.

Portuguesa x Inter de Limeira, Pacaembu, Paulistão — Foto: Anderson Romão

Oito minutos após o lance, Cristiano foi para a bola e converteu. Gol que fez explodir a torcida rubro-verde no Pacaembu. Um grito de alívio. Todos ali sabiam da importância de uma vitória. E temiam que esse gol não saísse, apesar do merecimento.

Dali em diante a Inter de Limeira se perdeu. Aos 34 minutos, o zagueiro Roberto Rosa foi expulso com auxílio do VAR por uma falta sobre Renan Peixoto. Uma jogada totalmente evitável, desnecessária, minando as chances de um empate.

A Lusa ainda conseguiu ampliar, aos 43 minutos, com Everton Messias. Após triangulação pela esquerda, Rildo bateu cruzado, o goleiro André Luiz espalmou para dentro da área e Everton, chegando em velocidade, mandou para o fundo das redes.

Uma vitória por 2 a 0 para dar segurança e confiança. A um ataque que, à exceção de Maceió, se mostrou encaixado, ligado e buscando alternativas a todo momento, ainda que o pênalti tenha destravado a situação. E a uma defesa que, mesmo sem uma atuação irretocável, conseguiu o mais importante: não falhar e não tomar gols.

Hudson, mais discreto neste jogo, e Tauã, sempre aceso e atuante, mudaram o meio-campo da Lusa. Gustavo Henrique e Eduardo Biazus, apesar de não tão entrosados, não comprometeram. Talles, pela direita, não foi bem. Hipólito, pela esquerda, apoia melhor do que marca, mas vem se firmando. A defesa é ainda um setor que precisa de atenção.

A Lusa, até pelo estilo de jogo de Cauan, dá espaço, deixa acontecer o mano a mano, arrisca a saída de jogo em momentos perigosos. Mas é preciso destacar que a Inter de Limeira, de concreto, nada conseguiu criar. Praticamente zero perigo. Um último ponto a destacar é a demora do treinador rubro-verde em mexer, alterar, mudar o panorama.

Portuguesa x Inter de Limeira, Pacaembu, Paulistão — Foto: Portuguesa Oficial

Mas, enfim, foi uma vitória de méritos. Para a equipe, pela evolução, entrega e postura, e para a comissão técnica, que colhe frutos pelas mudanças que faz na escalação. Ainda que algumas tardias, como essa mexida no miolo de zaga. Cauan, inclusive, tem estado mais leve e confortável nas entrevistas coletivas, uma outra boa notícia.

Agora a Portuguesa tem mais um confronto direto, Água Santa, fora de casa. Em caso de vitória, chega aos 12 pontos e alcança aquele número mágico (que não tem sido necessário há alguns anos) contra a queda. Ao mesmo tempo, se chegar a essa marca, pode quem sabe começar a sonhar com voos mais altos no grupo do Paulistão.

Uma derrota, porém, pode ser um complicador. Afinal, os outros dois adversários são Corinthians e São Bernardo FC. Duas pedreiras, pelas campanhas até aqui. E deixar para somar pontos em Bauru, contra o Noroeste, na última rodada, é fria.

Portuguesa x Inter de Limeira, Pacaembu, Paulistão — Foto: Portuguesa Oficial

Portanto, a Lusa precisa manter esse espírito de jogo “de seis pontos”, de decisão, de final. Reafirmar e consolidar mudanças que deram certo, que vieram para ficar. Ajustar o que ainda está frágil. Até porque a recompensa pode ser o direito de almejar algo mais. Um cenário impossível até então, com aquelas falhas que têm de ser passado.

*Luiz Nascimento, 32, é jornalista da rádio CBN, documentarista do Acervo da Bola e escreve sobre a Portuguesa há 15 anos, sendo a maior parte deles no ge. As opiniões aqui contidas não necessariamente refletem as do site.

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