Stênio Garcia critica etarismo na TV e cobra autores por falta de personagens idosos. Aos 92 anos, ator faz desabafo sobre mercado de atuação.

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Stênio Garcia está preocupado com o futuro da profissão de ator, especialmente no que diz respeito aos veteranos. Aos 92 anos, o renomado artista fez um desabafo sobre o etarismo na indústria do entretenimento e criticou os novos autores, afirmando que eles não sabem mais como escrever para as pessoas mais velhas. Segundo ele, a falta de oportunidades para os idosos é um reflexo dessa lacuna na escrita dos roteiros.

Em uma entrevista recente à revista Quem, Stênio Garcia lamentou a situação atual, destacando que o Brasil é um país com uma grande população idosa, mas os autores não estão preparados para criar personagens e tramas que dialoguem com esse público. O ator citou a opinião de Tarcísio Meira, outro veterano da televisão brasileira, que também refletiu sobre o assunto. Para Stênio, os grandes autores estão ausentes e os que estão ativos não têm o mesmo talento para criar personagens idosos.

O veterano da dramaturgia ressaltou a importância de os atores terem outras fontes de renda além do audiovisual, devido à falta de constância e à precariedade dos contratos no meio artístico. Ele alertou que é necessário valorizar o trabalho dos profissionais e não se submeter a condições desfavoráveis. Stênio Garcia enfatizou que os artistas não devem aceitar remunerações abaixo do que realmente valem, mesmo em um mercado competitivo como o do entretenimento.

Durante a entrevista, Stênio recordou um momento de tristeza em sua carreira, após uma gravação da novela “Deus Salve o Rei” em 2018. Ele mencionou a dificuldade de atuar ao lado de colegas que não estavam comprometidos com seus personagens, o que o fez repensar suas escolhas e prioridades. O ator destacou a importância da conexão entre os intérpretes em cena e da pesquisa aprofundada sobre os personagens, algo que, segundo ele, tem se perdido atualmente.

Diante desse cenário, Stênio Garcia expressou sua tristeza em relação à falta de preparo e dedicação dos atores e autores contemporâneos em relação às produções televisivas. Ele relembrou experiências marcantes em sua longa carreira, como a imersão em um personagem histórico e as transformações físicas e emocionais necessárias para interpretá-lo. O ator reforçou a importância da pesquisa e do comprometimento com a arte, elementos essenciais para garantir a qualidade das produções.

Diante dessas reflexões e críticas, Stênio Garcia chamou a atenção para a necessidade de valorizar a experiência e o talento dos atores idosos, além de incentivar os novos autores a desenvolverem roteiros mais diversificados e inclusivos. O desafio de criar personagens autênticos e relevantes para todas as faixas etárias é fundamental para enriquecer a dramaturgia brasileira e fortalecer a representatividade na televisão. Stênio Garcia espera ver mudanças positivas nesse cenário e continua a lutar por oportunidades justas e enriquecedoras para os profissionais da área.

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