Falta de mão de obra qualificada gera gargalo de 1,5 mil abertas na indústria
metal mecânica de Piracicaba, diz sindicato; entenda
Segundo presidente do Simespi, cenário ocorre devido à aceleração da
automatização dos processos e tem levado as empresas a acelerarem a qualificação
de aprendizes.
A indústria metal mecânica de Piracicaba (SP) tem um gargalo de
1,5 mil vagas abertas porque falta mão de obra qualificada para o setor na
cidade. Isso tem ocorrido devido ao processo rápido de automatização dos
processos e está levando as empresas a realizarem busca ativa de jovens
profissionais para, depois, acelerar o processo de qualificação deles.
As informações são de Erick Gomes, presidente do Sindicato das Indústrias
Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e
Fundições de Piracicaba (Simespi), entidade patronal do setor.
> “Um exemplo bem simples: no passado você cortava a chapa com um maçarico.
> Vinte anos para frente, você passou ao oxicorte, ao plasma e, agora, você está
> nas máquinas a laser. Ou seja, uma mudança de tecnologia muito drástica e
> muito rápida. E aí você precisa de um conhecimento de implementação de
> software na máquina, de aproveitamento de chapa”, explica Erick.
O gargalo já vinha sendo apontado em anos anteriores pelo setor e mutirões chegaram a ser realizados para captação de novos profissionais.
Para buscar mão de obra, há dois anos é mantido o projeto “Indústria do Amanhã”,
uma parceria entre os sindicatos dos metalúrgicos patronal e dos trabalhadores, a Diocese de Piracicaba, o Senai e a entidade Exército das Formiguinhas.
> “Nós buscamos adolescentes nas comunidades, treinamos no Senai, tudo gratuito.
> O Senai nos dá as vagas gratuitas, nós damos o uniforme, o transporte,
> alimentação e uma cesta básica de ajuda, para poder trazer mão de obra para o
> setor metal mecânico. E isso, em dois anos, já formamos mais de 300
> adolescente. E desses 300, são quase 150 adolescentes que estão trabalhando”,
> afirma Erick.
Apesar da captação de mão de obra, o presidente da entidade afirma que o mercado
de vagas não se equilibra pela rotatividade dos profissionais.
Em 2024, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do
Ministério do Trabalho e Emprego, o setor da metalurgia teve um saldo negativo de 26 vagas. Foram 506 contratações e 532 demissões.
Para Erick, o número de desligamentos está relacionado à saída de profissionais
por decisão própria, seja para conseguirem receber fundo de garantia ou mesmo
para cargos que pagam mais em outras empresas, e também devido a aposentadorias.
Erick afirma que o setor metal mecânico em Piracicaba está aquecido e
que, inclusive, uma multinacional que estava no ABC Paulista está vindo para
Piracicaba. Mas faz uma ponderação em relação à capacidade de investimentos.
> “Obviamente, você tem que ter capacidade de investimentos, o que no cenário
> econômico atual está um pouquinho difícil porque a taxa de juros está um pouco
> alta. Mas você pode ter certeza que a hora que essa taxa de juros der uma
> resfriada, abaixar um pouquinho, você vai ver os investimentos das indústrias
> [aumentarem]”.
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