Donald Trump está discutindo com o rei da Jordânia o futuro dos palestinos em Gaza em um encontro que acontece em meio a incertezas sobre um cessar-fogo entre Israel e Hamas. O presidente dos Estados Unidos recebe nesta terça-feira (11/2) o rei Al Hussein bin Abdullah II para tratar do conflito em Gaza e da possível realocação de palestinos.
O presidente norte-americano tem falado sobre a limpeza e reconstrução da Faixa de Gaza, com planos que incluem a expulsão de palestinos de seus lares para outros países. No entanto, essa ideia já foi rejeitada por diversos países árabes e organismos internacionais, como a ONU, que classificou a proposta de realocação como “limpeza étnica”. Apesar das críticas, Trump continua com a retórica de ocupar e reconstruir Gaza, com a Casa Branca afirmando que se trata apenas de uma “realocação temporária”.
O encontro entre Trump e o rei da Jordânia ocorre em um momento de tensão no Oriente Médio, onde o cessar-fogo entre Israel e Hamas pode ser rompido devido a um impasse sobre a libertação de reféns. Trump deu um ultimato ao grupo palestino, afirmando que espera a soltura de todos os sequestrados até sábado (15/2) e alertando que “tudo pode acontecer” caso isso não ocorra. Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, reforçou a ameaça do presidente dos EUA, dizendo que o país está pronto para retomar as operações militares se o prazo não for cumprido.
O Hamas, por sua vez, indicou que pode atrasar a libertação de reféns devido ao descumprimento de partes do acordo de cessar-fogo por parte de Israel, o que aumentou a preocupação sobre a continuidade da trégua. Diante dessa situação, a proposta de Trump, apoiada por Israel, de transferir parte dos habitantes de Gaza para países vizinhos enfrenta resistência internacional, especialmente de líderes árabes.
A Jordânia, que recebe grande parte da ajuda financeira dos Estados Unidos, tem sido pressionada a aceitar o plano de Trump. O rei Abdullah II anunciou que seu país receberá 2 mil crianças palestinas para tratamento médico e apresentará uma posição conjunta de nações árabes e muçulmanas sobre a situação dos palestinos e a escalada do conflito. Desde que assumiu a presidência, esta é a primeira vez que Trump recebe um líder do Oriente Médio, reforçando o apoio americano a Israel e defendendo a reconstrução de Gaza sem a presença dos palestinos.