Esquema “fura-fila” de saúde de Sorocaba: parte dos acusados se cala em último depoimento antes do julgamento

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Parte dos acusados de participar de um esquema para driblar a demora no atendimento à saúde de Sorocaba, conhecido como “fura-fila”, decidiu ficar em silêncio na terceira e última audiência antes do julgamento do caso. A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) nesta terça-feira (11), em uma sessão realizada de forma remota. A ação, que tramita no fórum de Sorocaba, foi denunciada pela TV TEM em março de 2012, revelando que vereadores da cidade burlavam a fila única da saúde, criando um atalho para quem procurava seus gabinetes.

De acordo com o TJ, apenas sete dos acusados concordaram em prestar depoimento. O processo envolve diversos políticos de Sorocaba, alguns deles ainda em atividade. O TJ não divulgou os nomes dos que decidiram falar e dos que optaram pelo silêncio. A próxima etapa será a apresentação das alegações finais por escrito pelas partes envolvidas, finalizando todas as etapas do processo para que o juiz possa analisar e julgar o caso.

A lista de réus inclui ex-prefeitos de Sorocaba, além de vereadores da atual legislatura e ex-vereadores. Durante a investigação e o desenvolvimento da ação, todos os citados no processo, relacionado à improbidade administrativa, negam as acusações e qualquer problema causado à população. A regulação clandestina das vagas de saúde foi denunciada pelo Ministério Público em novembro de 2013, um ano e meio após a reportagem ter sido exibida pela TV TEM.

No total, 20 vereadores foram denunciados, sendo 13 da legislatura entre 2009 e 2012, e sete de outras legislaturas. O então prefeito, atual deputado federal Vitor Lippi (PSDB), também foi envolvido na denúncia, assim como a Câmara Municipal de Sorocaba. Os vereadores, segundo as denúncias, utilizavam sua influência para agilizar atendimentos de saúde a pessoas que procuravam seus gabinetes por conta da demora no sistema público de saúde.

Na época da denúncia, os vereadores negaram qualquer envolvimento em um esquema irregular, alegando que apenas agendavam consultas para pacientes que os procuravam. Eles defendiam que tudo era documentado e encaminhado à prefeitura de forma oficial, argumentando que buscavam apenas cobrar agilidade no atendimento devido à precariedade do sistema de saúde na cidade. Durante o desenrolar do processo, um dos vereadores envolvidos foi preso e condenado por outro crime, enquanto dois ex-vereadores faleceram antes do desfecho da ação.

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