Luckas Viana dos Santos e Phelipe de Moura Ferreira, dois brasileiros de São Paulo, foram resgatados após cerca de três meses como vítimas de uma rede de tráfico humano em Mianmar. Eles haviam sido atraídos para a região por promessas falsas de emprego na Tailândia e foram mantidos em condições precárias, sendo forçados a aplicar golpes virtuais.
Antes de fugir, Phelipe escreveu ao pai: “Se acontecer algo comigo, saiba que tentei ao máximo.” A liberação dos dois foi confirmada pelo pai de Phelipe, Antônio Ferreira, que expressou gratidão pelo resgate. “Daqui uns 15 dias, eu creio que eles vão estar no Brasil”, disse ele à CNN Brasil.
O resgate foi possível graças ao auxílio de uma ONG especializada em tráfico humano. O Ministério das Relações Exteriores trabalhou junto às autoridades desde outubro do ano passado para garantir a libertação dos brasileiros. As embaixadas brasileiras em Yangon e Bangkok desempenharam papéis fundamentais nesse esforço.
Luckas e Phelipe foram levados à cidade tailandesa de Mae Sot, que faz fronteira com uma região de Mianmar conhecida por golpes on-line e tráfico humano. Eles foram mantidos em cárceres junto a outras vítimas, sofrendo torturas e ameaças.
O Itamaraty destacou que a proteção de nacionais vítimas de tráfico é uma prioridade e alertou sobre o aumento de casos de recrutamento para trabalho em plataformas digitais na Ásia.