Jovens são mais vulneráveis ao calor extremo do que idosos, aponta estudo

Pesquisa da Escola do Clima de Columbia analisou o impacto das altas temperaturas sobre diferenças faixas etáreas • Reuters

Com a chegada de uma nova onda de calor no Brasil, um estudo do Jeffrey Center for Environmental Economics and Policy, da Escola do Clima da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, revela que as altas temperaturas afetam mais os jovens do que os idosos. A pesquisa, publicada na revista Science Advances no último dia 6, desafia a ideia de que a população mais velha seria a mais impactada pelo calor extremo.

Os pesquisadores analisaram dados do México e constataram que 75% das mortes relacionadas ao calor ocorrem em pessoas com menos de 35 anos, especialmente na faixa etária entre 18 e 35 anos. O estudo utilizou registros detalhados de mortalidade e temperaturas diárias para calcular o excesso de mortes — ou seja, quantas fatalidades ocorreram acima da média esperada. Entre 1998 e 2019, o país registrou 3.300 mortes atribuídas ao calor, sendo que quase um terço delas ocorreu entre jovens adultos. Crianças menores de cinco anos, especialmente bebês, também apresentaram taxas elevadas de mortalidade devido ao calor, enquanto o menor índice foi observado entre pessoas de 50 a 70 anos.

O autor principal da pesquisa, R. Daniel Bressler, doutorando em Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Columbia, alerta que a tendência é de piora com o avanço das mudanças climáticas. “Projetamos que, à medida que o clima esquenta, as mortes relacionadas ao calor aumentarão, e os jovens sofrerão mais”, afirmou.

Entre os fatores apontados para essa vulnerabilidade estão a maior exposição a trabalhos ao ar livre, como na agricultura e na construção civil, o emprego em fábricas sem ventilação adequada e a prática de atividades físicas intensas em ambientes externos.

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