Ducoco inicia processo de recuperação judicial com dívidas que somam cerca de R$ 670 milhões. O grupo é responsável por aproximadamente 40% do mercado nacional de água de coco e produtos derivados. Com o objetivo de assegurar a continuidade das operações da empresa, a Justiça do Ceará aceitou o pedido de recuperação judicial da Ducoco.
O juiz Daniel Carvalho Carneiro, da 3ª Vara Empresarial, de Recuperação de Empresas e de Falências do Estado do Ceará, publicou a decisão na segunda-feira (17/12). Agora, a Ducoco tem um prazo de 60 dias para apresentar um plano de reestruturação que será submetido à aprovação dos credores, incluindo milhares de pessoas físicas e jurídicas.
Com a decisão do tribunal, todas as ações de cobrança e execuções contra a empresa foram suspensas, evitando possíveis bloqueios judiciais de ativos. As dificuldades financeiras da Ducoco foram atribuídas ao aumento dos custos de insumos e à elevação da taxa Selic, impactando negativamente no fluxo de caixa. A empresa também mencionou que a impossibilidade de continuar cedendo títulos de crédito a investidores afetou a liquidez, tornando a operação insustentável sem a recuperação judicial.
O juiz Carneiro ressaltou em seu despacho que a decisão de deferir o pedido não indica um parecer sobre a viabilidade da empresa, cabendo aos credores avaliar. Fundada em 1982 e com sua primeira fábrica localizada em Itapipoca, no Ceará, a Ducoco emprega cerca de 800 colaboradores no Ceará e no Espírito Santo. Em novembro de 2024, a empresa demitiu dezenas de trabalhadores na unidade de Itapipoca.
No ano de 2024, o Brasil registrou um recorde de 2.273 pedidos de recuperações judiciais, de acordo com dados da Serasa Experian, especializada em informações de mercado. Esse número representou o maior volume desde o início da série histórica do indicador em 2005, com um aumento de 61,8% em relação a 2023 e de 173% em comparação a 2022. O cenário de recuperações judiciais tem sido desafiador para diversas empresas no país.