Bolsonaro exposto: Mauro Cid revela detalhes sobre venda de joias e relógios de luxo. Acesse agora!

bolsonaro-exposto3A-mauro-cid-revela-detalhes-sobre-venda-de-joias-e-relogios-de-luxo.-acesse-agora

Bolsonaro reclamou de multas e mandou Cid vender relógios de luxo

Sigilo da delação de Mauro Cid é derrubado e expõe detalhes sobre venda de joias
recebidas por Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, derrubou,
nesta quarta-feira (19/2), o sigilo do acordo de delação premiada do
tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A revelação ocorre um dia após o ex-presidente e outras 33 pessoas serem
denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de golpe de
Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Entre as provas que fundamentam a denúncia, destaca-se a colaboração de Mauro
Cid, que trouxe detalhes sobre a negociação e ocultação de joias e relógios de
luxo recebidos como presentes por Bolsonaro durante seu mandato. Segundo a
delação, o ex-presidente teria determinado a venda de bens de alto valor no
exterior para obter dinheiro em espécie e utilizá-lo para despesas pessoais.

De acordo com o depoimento de Mauro Cid, Jair Bolsonaro reclamava de
dificuldades financeiras, mencionando multas de trânsito, custos com mudanças e
gastos judiciais. Insatisfeito, ele teria questionado quais itens de valor
poderiam ser vendidos e ordenado que Cid verificasse quais presentes poderiam
ser comercializados.

Entre os bens negociados estavam relógios de luxo das marcas Rolex e Patek
Philippe, além de um kit de joias em ouro branco recebidos em viagens oficiais
ao Oriente Médio. O valor das transações chegou a US$ 86 mil dólares (cerca de
R$ 425 mil na cotação atual).

Segundo Mauro Cid, o processo de venda seguiu os seguintes passos:
1. Identificação dos itens: Cid verificou quais presentes de alto valor haviam
sido recebidos e listou os relógios mais fáceis de vender.
2. Negociação com joalherias nos EUA: as pesquisas indicaram que os melhores
preços estavam no exterior, levando à venda dos bens em lojas especializadas nos
Estados Unidos.
3. Venda e entrega dos valores: o primeiro lote, contendo um Rolex, foi vendido
por US$ 68 mil em uma loja na Filadélfia. Posteriormente, um kit de joias foi
negociado em Miami por US$ 18 mil.
4. Transporte e ocultação do dinheiro: para evitar rastreamento bancário, Cid
utilizou sua conta nos Estados Unidos e a conta de seu pai, General Mauro César
Lourena Cid, que transportava o dinheiro em espécie para o Brasil.
5. Entrega a Bolsonaro: o valor arrecadado foi entregue diretamente ao
ex-presidente, em dinheiro vivo, por meio de assessores próximos.

Após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a devolução dos itens ao
acervo público, Bolsonaro e seus aliados tentaram reaver os bens. Mauro Cid
detalhou que:
– O advogado Frederick Wassef foi o responsável por recomprar um dos relógios
nos Estados Unidos.
– A tentativa de recuperar as demais joias enfrentou dificuldades, pois a loja
onde foram vendidas em Miami não foi localizada.
– Em março de 2023, Cid viajou para Miami para tentar recomprar as joias,
pagando US$ 35 mil em espécie.

O ex-presidente e os outros 34 denunciados pela PGR têm 15 dias para apresentar
suas defesas.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp