Bolsonaro pressionou Defesa a apontar fraude nas urnas, diz Cid
As Forças Armadas, em novembro de 2022, divulgou um relatório que apontou que
descartou a hipótese de possível fraude nas eleições de 2022. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL),
Mauro Cid, disse em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) que o
ex-presidente pressionou a época o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio
Nogueira, a apontar fraude nas urnas eletrônicas no relatório das Forças Armadas.
No depoimento ao ministro do STF Alexandre de Moraes, em 22 de março de 2024, Mauro Cid alegou que Bolsonaro tinha a esperança que até
o último momento iria surgir “uma prova cabal de que houve fraude nas urnas”. Alexandre de Moraes questionou Cid sobre uma reunião que o tenente-coronel teria
como general Paulo Sérgio. O encontrou estava marcado para acontecer logo depois
da conclusão do relatório feito pelas Forças Armadas, em novembro de 2022, sobre
as urnas eletrônicas. O compromisso foi desmarcado pelo ministro da Defesa. O magistrado buscava entender se Paulo Sérgio foi proibido pelo ex-presidente
Jair Bolsonaro a comparecer à reunião e mostrar o relatório que descartaria
qualquer hipótese de fraudes nas urnas eletrônicas. “Na verdade, o presidente
queria que tivesse. Escrevesse que desse fraude, que tivesse fraude”, disse Cid.
De acordo com Cid, o ministro da Defesa reformulou o relatório, apontando que
não era possível identificar fraude nas urnas, pois o sistema eletrônico de
votação não é auditável.