Liminar do STF que permite Demóstenes Torres disputar eleições pode ser revogada

“Reconheceu-se que Demóstenes mentiu aos pares, além de todo o juízo político intrínseco ao julgamento pelo parlamento, insindicável pelo Poder Judiciário”

A liminar que permite o ex-senador Demóstenes Torres disputar as eleições de 2018 foi considerada uma “afronta à soberania do Poder Legislativo” pela Procuradoria-Geral da República. Parecer assinado por Raquel Dodge na última quarta-feira (25), ainda avalia que o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela decisão, contraria uma jurisprudência do próprio tribunal. No recurso, a PGR pede a revogação da medida, o que pode por fim à participação de Torres no pleito. Conforme expõe Dodge, apesar da decisão da suprema corte, a resolução 20/2012, que decretou a perda de mandato do então senador continua em vigor e estabelece sua inelegibilidade até 2027, argumento utilizado para taxar como “incabível” a reclamação de Demóstenes que deu origem ao recurso.

Para a procuradora-geral, a decisão de cassação não foi definida apenas pelas provas anuladas judicialmente que oportunizaram o pedido do político. “Reconheceu-se que Demóstenes mentiu aos pares, além de todo o juízo político intrínseco ao julgamento pelo parlamento, insindicável pelo Poder Judiciário”. Demóstenes afirmou, via assessoria de imprensa, que não irá comentar o caso. O pedido de revogação ocorreu na mesma semana em que o político desistiu de disputar uma vaga no Senado para não confrontar decisão da base aliada ao Governo Estadual, que optou por apoiar a reeleição de Lúcia Vânia (PSB). Com o argumento de que “nunca foi desagregador”, optou por recuar e lançar-se à Cãmara dos Deputados também nessas eleições.

O mandado de Demóstenes Torres foi cassado em 2012, em razão de desdobramentos das operações Monte Carlo e Vegas, com as quais a Polícia Federal apurou, entre outras irregularidades, o envolvimento do então senador democrata com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Recurso apresentado pelo político no STF, em 2017, rendeu a anulação de provas obtidas contra ele nas referidas investigações. Em abril deste ano, a Segunda Turma do tribunal entendeu que a anulação das provas também afastava a inelegibilidade de Demóstenes. Por outro lado, a corte negou o pedido dele para retomar o mandato no Legislativo.

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Comediante tem shows cancelados após piada sobre enchentes no Rio Grande do Sul

O comediante Abner Dantas teve seus shows em Canoas e Novo Hamburgo, marcados para os dias 27 e 28 de novembro, cancelados após publicar um vídeo polêmico nas redes sociais. Na publicação, Dantas fez uma piada de mau gosto sobre as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, causando a morte de mais de 170 pessoas.

No vídeo, o humorista utilizou filtros de rede social e simulou uma pessoa se afogando, enquanto convidava o público para suas apresentações. Ele ainda escreveu na legenda: “Assim como vocês tiveram que construir novas casas, eu estou construindo o meu show solo e vou testá-lo dia 27 em Canoas e 28 em Novo Hamburgo”.

A postagem foi duramente criticada por internautas, que classificaram o conteúdo como insensível e desrespeitoso. Comentários como “Quando não se tem talento, usa-se a apelação” e “Respeite quem passou por essa tragédia” foram comuns.

Diante da repercussão negativa, Dantas publicou um vídeo de desculpas, mas manteve um tom irônico ao aparecer vestido de mergulhador e salva-vidas. Ele afirmou que gostaria de se desculpar pessoalmente com o público gaúcho, mas a tentativa não foi bem recebida.

O Buteco Comedy Bar, onde os shows aconteceriam, anunciou o cancelamento das apresentações. Em nota, o estabelecimento repudiou a abordagem de Dantas e destacou o impacto das enchentes na região, que afetaram diretamente funcionários e familiares dos proprietários.

Felipe Vacilotto, sócio do Buteco Comedy, declarou que a decisão foi imediata: “Assim que vimos a postagem, decidimos na hora cancelar. Mandamos uma mensagem para a produção.” As apresentações foram oficialmente suspensas e a venda de ingressos retirada do ar.

 

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