O que levou Steve Bannon a fazer uma saudação nazista na CPAC? Descubra a repercussão e o repúdio internacional gerado por seu gesto controverso.
O gesto polêmico de Bannon
Guru do trumpismo, Steve Bannon fez uma saudação nazista durante seu discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), realizada em Washington, nos Estados Unidos. O evento contou com a presença de aliados de Jair Bolsonaro, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro. O gesto de Bannon, com o braço direito esticado para cima a 45º e a palma da mão para baixo, é levemente diferente daquele feito por Elon Musk, outro aliado de Trump, que usou a simbologia nazista durante a posse do presidente americano.
A declaração de Bannon
Bannon, ao repetir ações popularizadas por Adolf Hitler na Alemanha nazista, afirmou que a extrema-direita não pode recuar nunca. “A única maneira deles vencerem é se nós recuarmos, e não vamos recuar, não vamos nos render, não vamos desistir. Lute, lute, lute”, disse Bannon, erguendo o braço direito com a palma da mão para baixo, gesto alusivo ao usado por nazistas na Alemanha hitlerista.
Reações ao gesto
Em reação à saudação nazista feita por Bannon, o líder da extrema-direita da França, Jordan Bardella, cancelou o discurso que faria na CPAC. O grupo de campanha Republicanos Contra Trump também repudiou o gesto, enquanto o ativista conservador Nick Fuentes, antissemita declarado, afirmou que o gesto – chamado por ele de “saudação romana” – foi “um pouco excessivo”. O termo “saudação romana” é comumente usado pela extrema-direita para dissociar o gesto de seu contexto nazista, mas é um erro de denominação, pois não há evidência histórica de seu uso na Roma antiga. A associação “romana” resulta do uso pelo governo fascista de Benito Mussolini na Itália a partir de 1925.
Declarações de Eduardo Bolsonaro
Ao discursar no evento, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse ser infundadas as acusações imputadas pela Procuradoria-Geral da República contra seu pai no inquérito do golpe. Para o parlamentar, Bolsonaro “está em risco de ser preso com as mesmas acusações falsas usadas contra líderes de oposição na Venezuela, Cuba e Nicarágua” e disse que o sistema judicial brasileiro “se tornou um instrumento de perseguição em todos os níveis”. “Rezem pelo meu pai. Rezem pelos brasileiros que estão presos agora pelo 8 de janeiro. Estamos pedindo anistia no Congresso e esperamos receber muito apoio de vocês fora do Brasil, porque vocês sabem o que isso significa”.