Ibaneis entrega Rodoviária à iniciativa privada em ato simbólico à 0h
O Consórcio Catedral será o gestor da Rodoviária do Plano Piloto pelos próximos
20 anos. Contrato prevê R$ 120 milhões em investimentos
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), entregou a administração
da Rodoviária do Plano Piloto para a iniciativa privada. Um ato simbólico,
realizado à 0h deste sábado (22/2) na própria Rodoviária, marcou o início da
concessão, que terá duração de 20 anos. “Quero dar uma nova vida para Brasília e
tenho certeza que esse consórcio vai trazer uma revolução ao DF”, disse.
Durante um discurso, na plataforma inferior do terminal, Ibaneis disse que “a
iniciativa privada tem muito mais condições” de cuidar da Rodoviária. “Em seis
meses, vamos ver toda a transformação que vai ser feita aqui. E toda a população
vai usufruir de um projeto, de toda reformulação da mobilidade do DF: 90% ou
mais dos ônibus renovados, passagem sem aumento desde 2019, passagem gratuita
aos domingos e feriados”, declarou. Ainda sobre a tarifa, o governador reafirmou
que não haverá reajuste até o fim de 2026.
O Consórcio Catedral, formado pelas empresas RZK Concessões e Atlântica
Construções, Comércio e Serviços Ltda, será o gestor da Rodoviária do Plano
pelas próximas duas décadas. O contrato, assinado em outubro de 2024, prevê
investimentos de R$ 120 milhões.
> “Estamos transformando a mobilidade no DF e não poderíamos deixar de olhar
> para isso que é o principal: Rodoviária do Plano Piloto. A população não vai
> mais reclamar da mobilidade pública no DF. Estamos olhando para a frente,
> porque lançamos expansão do metrô de Samambaia, vamos lançar expansão do Metrô
> de Ceilândia e estamos com estudos contratados para Metrô da região Sul”,
> afirmou Ibaneis.
A concessão da Rodoviária do Plano Piloto à iniciativa privada abrange todo o
complexo rodoviário, incluindo, também, os estacionamentos superiores e
inferiores próximos ao Conjunto Nacional e ao Conic, no Setor de Diversões, que
passarão a ser rotativos.
O secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves, disse que a
assinatura da ordem de serviço, nesta madrugada, inicia a fase de transferência
da gestão da Rodoviária para a concessionária. Sobre o projeto de cobrança de
estacionamento, Zeno afirmou que as empresas ainda precisam apresentar a
proposta e aprová-la nos órgãos competentes. “A concessionária conheceu o
funcionamento da Rodoviária, entendeu o sistema, observou e preparou o plano de
ação. As empresas começam a assumir os serviços, com limpeza, reforma,
manutenção das escadas rolantes e elevadores”, citou.
A entrega da gestão do terminal às empresas privadas ocorre com a promessa de
recuperação, modernização, manutenção e conservação do local, que historicamente
acumula problemas justamente como escadas rolantes e elevadores quebrados e
falta de segurança.
Representante da concessionária, Enrico Capecci, disse que o grupo inicia, já a
partir deste sábado, a operação do Centro de Controle Operacional, “que será
muito importante para a segurança de todos os usuários”. “Haverá imagens em
tempo real, com drones, proporcionando segurança a todos os usuários. A
concessionária está sempre com canal de diálogo aberto aos lojistas e usuários e
todos que desejam contribuir com a nossa gestão”, declarou.
As atividades da nova gestora da Rodoviária do Plano Piloto começaram ainda de
madrugada, com um comboio de caminhão-pipa que fez a lavagem de vias de acesso e
das plataformas do local.
Durante essa sexta-feira (21/2), policiais militares e agentes do DF Legal
retiraram os ambulantes que atuam na Rodoviária do Plano Piloto. Houve protesto por parte dos comerciantes informais.
No início da madrugada de sábado, já com a presença do governador Ibaneis Rocha,
um grupo de ambulantes protestou durante o evento. A vendedora de produtos de
confecções Patrícia Miranda, 40 anos, disse que 500 pessoas estão preocupadas em
ficar sem o sustento com a proibição de permanecer no local informalmente.
A carreta do Sebrae ficará na Rodoviária para receber os trabalhadores informais
que operam no local. Os profissionais devem fazer o cadastramento para futura
formalização e capacitação que podem levar à atuação de maneira regular e
legalizada.